segunda-feira, 12 de maio de 2014

Jornalismo/Desenvolvimento



“Boa formação de jornalistas é um dos pilares da liberdade de imprensa”, avalia Unesco

Bissau, 09 Mai 14 (ANG) Jornalistas, especialistas em comunicação e pesquisadores se reuniram recentemente na sede da Unesco em Paris para tentarem responder a pergunta:  Como a mídia pode ajudar no desenvolvimento dos países?

 Uma das conclusões é a que o acesso a informações de qualidade começa com a boa qualificação dos profissionais de imprensa. Ou seja, é preciso se formar para informar.

Para os analistas reunidos na conferência World Press Freedom Day (Dia Mundial da Liberdade de Imprensa) realizada nesta segunda-feira (5) na sede da Unesco, em Paris, a liberdade de imprensa caminha de mãos dadas com a boa formação profissional.

Um dos convidados para a mesa-redonda sobre o futuro da imprensa, Robert Zaal, diretor-geral da Radio Netherlands Worldwide, destacou a importância de melhorar a capacidade e o treinamento dos profissionais de mídia nos países em desenvolvimento. A opinião também é partilhada por Jeanne Bourgault, presidente da Internews, uma ONG dedicada ao treinamento de jornalistas em diversos países do mundo.

E a liberdade de imprensa e de expressão, por sua vez, é essencial para "o desenvolvimento, o progresso e a inclusão sociais", destacaram o secretário-geral da ONU, Ban-Ki Moon, e a diretora-geral da Unesco, Irina Bokova.

"O sucesso da implementação [dos Objetivos do Milênio] exige que as populações desfrutem os direitos fundamentais de liberdade de opinião e de expressão. Esses direitos são essenciais para a democracia e a transparência. (...) Eles são vitais para a dignidade humana", escreveram os dois líderes.

Ban-Ki Moon e Irina Bokova também escreveram um comunicado em que pedem urgência na investigação e na punição de crimes contra jornalistas. "Temos que enfrentar as graves ameaças que recaem sobre a liberdade de imprensa em todo o mundo".

Elaborados em 2000, os Objetivos do Milênio são uma lista de 8 metas que deverão ser alcançadas até 2015. Entre elas, a redução da pobreza, da mortalidade infantil e a sustentabilidade ambiental.

Na discussão "Liberdade de Imprensa para um Futuro Melhor", o Brasil foi representado por Veridiana Sedeh, consultora e ex-diretora da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo). Sedeh destacou a importância do debate.

"A liberdade de expressão é essencial para o bom jornalismo. Realmente temos que melhorar a segurança dos jornalistas. Também é preciso que eles possam comunicar as suas informações e ter acesso às informações necessárias para conduzir essas investigações", disse.

Ainda segundo a consultora, essas necessidades se tornam ainda mais pertinentes diante das transformações vividas pelo jornalismo nos últimos anos. "Precisamos ver como o maior acesso à internet e outras questões vão evoluir no futuro e como a gente pode reforçar a liberdade de expressão e, ao mesmo tempo, melhorar o treinamento dos jornalistas que estão cada vez mais tendo que lidar com questões complexas na área econômica ou ambiental”.

(RFI)


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