Primeiro-ministro reconhece atraso no cumprimento das
metas
Bissau, 25 Jun 15 (ANG) - O Primeiro-ministro (PM) reconheceu quarta-feira
algum atraso na materialização das metas de governação, no momento em que se
completa noventa dias depois da Conferência de Doadores Internacionais sobre a
Guiné-Bissau, realizada a 25 de Março último, em Bruxelas, Bélgica.
Durante o jantar com os parceiros bi e
multilaterais em Bissau, Domingos Simões Pereira justificou que o mesmo se deve
ao “ambiente político, algo conturbado” que se vive no país, e que terá levado o
governo a se distrair com aquilo que é “essencial” em detrimento do
“subsidiário”.
A título de exemplo, o PM referiu que o
executivo previa, num prazo de 100 dias, depois de mesa redonda, a realização
de um “Fórum Económico”, dedicado ao
sector privado para materializar alguns projectos apresentados nessa conferência
internacional de doadores para a Guiné-Bissau que, no entanto, ficou por se realizar.
O PM que fala em
“alguma frustração” pelo facto da governação “não avançar rapidamente” como previsto,
prometeu que o executivo passa doravante a “concentrar as suas forças” e fixar metas a atingir no processo de desenvolvimento
do país.
DSP que se lembrou da
expectativa criada, junto das populações com a promessa de 1.5 bilhões de dólares
americanos de Bruxelas, afirmou que os referidos projectos devem ser traduzidos
em “algo concreto”, em benefício do país.
Sobre algumas acções
de governação, o chefe do executivo guineense destacou a necessidade de implementação
do chamado “Programa de Desenvolvimento Comunitário”, com o apoio de parceiros
internacionais, da execução de mais projectos de infraestruturação depois das
chuvas com apoios nomeadamente da UEMOA e BOAD, da preparação do pacote
legislativo para a reforma no sector da defesa e segurança, que espera “retomar”
nos próximos dias.
Projectos esses que
considera de “estruturantes para dar o pontapé de saída” na materialização do
Plano Estratégico de Desenvolvimento do país no horizonte temporal 2020-2025.
Sobre a “crispação
política interna”, disse que as resoluções da recente reunião do Comité
Central, do PAIGC (no poder) que analisou
os desentendimentos entre os seus dirigentes e alegado mal-estar entre o PM e o
Presidente da República, irão “remover” alguns obstáculos à governação.
Acrescentou que a deliberação do CC do partido do governo,
exorta a “todos” os órgãos da soberania a privilegiarem o diálogo, em prol da
concretização do programa de governação.
Em consequência desses desentendimentos, confirmou que na
terça-feira, o Ministro Baciro Djá lhe endereçou uma carta, pedindo a sua
demissão, e informou que nos próximos dias irá abordar o assunto com o
Presidente da República, com vista a criar a normalidade política no país.
O Primeiro-ministro assegurou
as representações das organizações internacionais e aos embaixadores no país,
que o executivo vai trabalhar, no sentido de alcançar os resultados prometidos através
dos diferentes instrumentos de governação submetidos ao apoio da comunidade
internacional.
ANG/QC/SG
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