Baciro Djá se demite do governo por alegada “quebra
recíproca de confiança”
Bissau, 24 Jun 15
(ANG)- O ex-ministro da Presidência do Conselho de Ministros e dos Assuntos
Parlamentares endereçou terça-feira uma carta ao Primeiro-ministro, na qual
pediu demissão por alegada “quebra recíproca de confiança” entre os dois.
Na missiva à que a ANG teve acesso , Baciro Djá afirmou que “havendo um conflito
insanável” que torna “impossível a
coabitação no seio de executivo, resultante das circunstâncias de ter deixado
de subsistir a relação de confiança que outrora” os unia, cabe a ele “aceitar as regras democráticas e tirar as
consequências políticas dessa quebra de confiança”.
Baciro Djá que é
também o 3º Vice-presidente do PAIGC, partido no governo, acrescentou que “para
além da quebra de confiança”, deixou de rever no executivo que o Simões Pereira
“insiste em manter, por razões incompreensíveis, com vários membros de governo
na condição de arguido em processo crime”.
“Esta situação põe em
causa a imagem, a seriedade e a credibilidade das instituições do país perante
o povo e os parceiros”, lê-se na carta.
Finalmente, Baciro
Djá disse desejar maiores sucessos ao Primeiro-ministro, Domingos Simões
Pereira, “nos seus propósitos de governação” e que informou-lhe que irá retomar
o seu mandato de deputado no parlamento para continuar a defender o programa do PAIGC e a suportar o governo, “em tudo
quanto corresponda aos superiores interesses do povo guineense”.
Os alegados desentendimentos
entre Baciro Djá e o Presidente do PAIGC e Primeiro-ministro, Domingos Simões
Pereira, vieram ao publico na última
reunião do Comité Central do PAIGC, na qual este teria manifestado o seu desagrado
com alegada conduta de Baciro Dja considerando-a contrária ao princípio da
unidade e coesão interna e que terá comprometido a concretização de alguns
objectivos da governação.
Se se confimar a saída
do Ministro Baciro Djá, será a segunda, dado que o antigo titular da pasta da
Administração Interna, Botche Candé, havia deixado o cargo por alegado
comportamento prejudicial ao Estado
guineense em relação ao caso que envolveu os rebeldes de Casamance, República
de Senegal.
ANG/QC/SG
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