Governo
reabre Mesquita do Hospital "Simão Mendes"
Bissau,17
Jun 15(ANG) - O Governo, através da Secretaria de Estado da Gestão Hospitalar
mandou reabrir terça-feira a Mesquita do Hospital Nacional "Simão Mendes",
que tinha sido fechada na passada sexta-feira devido a utilização indevida
desse espaço de culto.
Em
entrevista exclusiva à ANG, momentos após a reabertura da referida mesquita, o
Secretario de Estado da Gestão Hospitalar, explicou que após a construção
daquele espaço no período do Governo de Transição, o actual executivo em
observância aos princípios que nortearam a laicidade do Estado guineense
aceitou a sua abertura mediante acordo estabelecido com a comunidade muçulmana.
Disse
que o acordo previa, entre outros, que a mesquita seja usada exclusivamente por fiéis muçulmanos
internados, seus familiares e os que foram receber tratamento medico naquele
estabelecimento hospitalar.
"Então,
sempre exortamos os responsáveis da comunidade muçulmana no sentido de
respeitarem o acordo assinado com o Ministério da Saúde através da Direcção do
Hospital Simão Mendes. Mas, viemos a constatar as violações flagrantes do
acordo", esclareceu.
Domingos
Malú sublinhou, a titulo de exemplo, que em cada sexta-feira o Hospital Nacional
"Simão Mendes", é invadido por todos os muçulmanos que exercem as
suas actividades no centro de Bissau com a finalidade de ali se rezarem .
"Esta
situação é incomodativo para nós enquanto autoridades porque o Hospital é para
os doentes ou seja para as pessoas com algumas perturbações físicas e dores. Não
é admissível aquela afluência de fiéis muçulmanos dentro do recinto
hospitalar", disse o governante.
O
Secretário de Estado da Gestão Hospital informou que foram várias vezes solicitados
para se abdicarem do uso do recinto hospitalar para fins de reza mas não aceitaram.
"Como
autoridade e entidade de tutela, entendemos que não há outra saída para a
solução do problema que não seja o fecho das portas da mesquita", disse.
A tomada
dessa decisão, segundo Malu, provocou de imediato reacções dos responsáveis superiores da
comunidade muçulmana nomeadamente do Conselho Superior e Nacional Islâmico.
"Sob
a presidência do Primeiro-ministro reunimo-nos no passado dia 15 com os responsáveis da comunidade muçulmana e dessa reunião saiu um novo acordo.
.
Declarou
que os representantes da comunidade muçulmana reconheceram que o Hospital Nacional "Simão Mendes", é
uma instituição para tratar da saúde pública e isso deve ser compreendido por
qualquer cidadão independentemente da sua crença religiosa.
Outro
ponto do acordo, segundo o governante, prende-se com a questão da mesquita
continuar a receber cadáveres de fiéis muçulmanos que eventualmente faleceram
no Hospital Simão Mendes para ali serem rezados conforme os seus usos e
costumes para depois serem levados à sepultura.
"A
mesquita ainda pode ser usada por pessoas que foram fazer tratamentos no
referido estabelecimento e não por indivíduos vindos do exterior", informou
a concluir Domingos Malú.
ANG/ÂC/SG
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