terça-feira, 17 de maio de 2016

Internacional



China e EUA trocam  acusações
 
Bissau, 16 Mai 16 (ANG) - As recentes trocas de acusações entre China e Estados Unidos sobre um plano de modernização e aperfeiçoamento do Exército chinês, empreendido por Pequim, voltam a ensombrar as relações entre as duas potências mundiais.

Numa altura em que também aumenta a tensão pelo controlo de algumas ilhas no Mar da China Meridional por parte da China.

Ao acusar o Pentágono de distorção de factos no seu relatório anual, o Ministério da Defesa da China refere numa nota divulgada domingo que a reforma do seu Exército anunciada no ano passado tem fins pacíficos.

Em declarações divulgadas pelos veículos de comunicação oficiais, o porta-voz de Defesa chinês, Yang Yujun, expressou o “descontentamento” que gerou no país um documento que, segundo sua opinião, interpreta mal o desenvolvimento militar da segunda maior economia mundial.

“A China tem uma política de defesa nacional que é defensiva por natureza. Movimentos como o aprofundamento das reformas militares procuram manter a soberania, a segurança e a integridade territorial e garantir o desenvolvimento pacífico da China”, disse Yang.

No seu relatório, apresentado na sexta-feira passada, o Pentágono alertou que a modernização do Exército de Libertação Popular (ELP) chinês “tem o potencial de produzir uma capacidade (militar) que reduza as vantagens tecnológicas militares dos Estados Unidos”. 

O porta-voz chinês acusou o Departamento de Defesa americano de exagerar uma potencial “ameaça militar chinesa”, depois de o Presidente do país, Xi Jinping, ter anunciado em Setembro do ano passado uma ambiciosa reforma para modernizar o ELP e reduzir o seu pessoal em 300 mil homens, para deixá-la em dois milhões.

O Ministério de Defesa chinês garantiu que esta reforma, que também põe fim às actividades não estritamente militares do ELP e espera-se que termine em 2020, não vai afectar a natureza “defensiva” das suas políticas.


O relatório do Pentágono afirma que a China está disposta a utilizar “tácticas ao limite do conflito” e levar a tensão a altas cotas, especialmente nas suas disputas marítimas no mar da China Meridional - contra Filipinas, Malásia e Vietname - ou no mar da China Oriental - contra o Japão.
 
As disputas sobre a soberania de vários arquipélagos situados nessas áreas recrudesceram nos últimos anos, nos quais a construção de instalações por parte da China que, segundo Pequim, têm fins civis e, segundo Washington, militares.

O porta-voz chinês afirmou que são os EUA que enviaram aviões e navios de guerra para o mar da China Meridional, provocando uma “militarização” que, na sua opinião, tem objectivos “hegemónicos”.

A China é o segundo país que mais gasta em Defesa do mundo, atrás dos EUA, e o seu orçamento militar para este ano é de cerca de um trilião de iuanes (pouco menos de 150 mil milhões de dólares), quase uma quarta parte dos 585 mil milhões destinados a este sector pela potência americana. ANG/JA

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