Líder do PAIGC acusa Presidente Mário Vaz de
faltar aos deveres constitucionais
Bissau,30
Mai 16(ANG) - O líder do PAIGC, partido vencedor das últimas eleições
legislativas na Guiné-Bissau, Domingos Simões Pereira, acusou sábado o Presidente da República de ter
faltado aos deveres constitucionais , no ato de nomeação de um novo Primeiro-ministro.
Domingos Simões Pereira |
Em
declarações aos jornalistas momentos após à sua chegada de Senegal - onde se
reuniu com o Presidente daquele país -, Simões Pereira acusou José Mário Vaz de
ter "imposto" Baciro Djá para o cargo de Primeiro-ministro, "sem
respeitar os ditames constitucionais".
Para o
líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), o
Presidente guineense não só alterou a lógica, ao propor ao Partido da Renovação
Social (PRS), segundo mais votado nas últimas eleições, que indique o Primeiro-ministro,
como também não observou o que recomenda a Constituição do país.
Domingos
Simões Pereira disse ter sido informado que, alegadamente, José Mário Vaz não terá auscultado
aos partidos com representação parlamentar nem ao Conselho de Estado sobre o nome de Baciro Djá
para o cargo de Primeiro-ministro, o que diz ser ilegal.
"Estamos
perante uma tentativa de forçar a nomeação, de forma abusiva, ilegal e
inconstitucional", considerou Simões Pereira, que promete compreender
melhor o que se passou antes de José Mário Vaz nomear Baciro Dja como Primeiro-ministro.
O líder
do PAIGC não foi taxativo sobre, se o partido irá avançar para os tribunais
pedindo a fiscalização da decisão do Presidente guineense, mas salientou que o
poder judicial existe para fazer respeitar as leis do país.
Apenas
disse ser solidário com os membros do governo demitido pelo chefe de Estado que
se mantêm na sede do executivo desde quinta-feira por discordarem da decisão de
José Mário Vaz.
"Vou
saudar o facto de, responsavelmente, o Governo demitido continuar a garantir a
gestão da coisa pública", afirmou, Simões Pereira, que promete deslocar-se
pessoalmente ao palácio do Governo, no Bairro de Brá.
Sobre a
sua deslocação ao Senegal e à Guiné-Conacri, o líder do PAIGC disse ter sido
convidado pelos presidentes daqueles países para lhes explicar qual a
perspetiva do partido vencedor das últimas eleições na Guiné-Bissau perante a
crise no país.
ANG/Lusa
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