Cipriano Cassamá pede
esclarecimentos sobre nome escolhido em Conacri para Primeiro-ministro
Bissau,22
Nov 16(ANG) - O líder do Parlamento da Guiné-Bissau, Cipriano Cassamá, instou
segunda-feira o mediador da crise política no país, o Presidente da
Guiné-Conacri, no sentido de esclarecer quem de facto foi escolhido de forma
consensual para ser primeiro-ministro em Bissau.
Para
o presidente do Parlamento guineense, o chefe do Estado da Guiné-Conacri, Alpha
Condé, deve tomar uma posição pública para acabar com as interpretações que se fazem em
relação ao Acordo de Conacri e à volta do nome do primeiro-ministro.
"Entendo
que o momento atual desta crise reclama uma inequívoca e firme intervenção de
quem tem a tarefa de mediar este conflito e monitorizar a implementação dos
acordos, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), de
forma a esclarecer, em definitivo, neste país, o que ficou decidido em
Conacri", observou Cipriano Cassamá.
O
acordo de Conacri prevê, entre outros, que o primeiro-ministro deve ser
escolhido de forma consensual e que seja uma figura de confiança do Presidente
guineense, José Mário Vaz, mas cada uma das partes signatárias do documento tem
a sua versão sobre o entendimento alcançado.
No
meio das interpretações diferenciadas, o Presidente guineense nomeou na
sexta-feira o general na reserva Umaro Sissoco Embaló como primeiro-ministro, a
quem incumbiu a tarefa de formar um Governo com todos os partidos representados
no Parlamento.
Além
de Sissoco Embaló, estavam em cima da mesa os nomes de Augusto Olivais,
político, e de Aladje Fadiá, diretor do Banco Central dos Estados da Africa
Ocidental (BCEAO) na Guiné-Bissau.
Dois
partidos signatários do acordo de Conacri, o PAIGC e a União para Mudança, já
se mostraram contrários à nomeação de Sissoco Embaló e demarcaram-se do futuro
Governo, que dizem não reconhecer.
Os
dois partidos também pediram à CEDEAO que divulgue o relatório ou as atas das
reuniões realizadas na capital da Guiné-Conacri.
O
presidente do Parlamento, Cipriano Cassamá, afirmou hoje, no discurso de
abertura das jornadas parlamentares das mulheres, que o hemiciclo "não
será hostil" a um novo Governo, mas esclareceu que não lhe compete,
enquanto líder do órgão, determinar a aprovação ou não do respetivo plano de
ação.
Cassamá
lembrou que isso dependerá dos órgãos internos do Parlamento, que promete
convocar para reunião na terça-feira.
ANG/Lusa
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