Marrakech,
15 Nov 16 (ANG) – O chefe da delegação da Guiné-Bissau presente na Convenção da
ONU sobre Mudanças Climáticas, que decorre em Marrakech, Marrocos, qualificou
de positiva a primeira semana de trabalhos , tendo afirmado que foi muito frutífera
em termos de negociações bi e multiraterais havidas.
Falando
aos enviados especial da ANG e do Jornal
“O Democrata”, Viriato Luis Soares Cassama disse que a delegacao nacional
tem-se desdobrado com participações nas grandes reuniões e painéis organizados no certame mundial.
Além
das negociações a que assistiram, os
membros da equipa nacional participaram em encontros realizados no quadro de organizações
como Grupo Africano mais a China (G77 + China), dos “Pequenos Estados Insulares
em desenvolvimento” (PEID) e dos Paises Menos Avancados (PMA), tendo em todos
eles conseguido fazer vincar a posicao nacional.
O
chefe da delegação mostrou-se optimista de que o desbloqueamento dos fundos
prometidos no ambito do Acordo de Paris (AP), em que os parceiros se comprometeram
em debloquear, nos próximos 5 anos, a soma de 100 mil milhões de dólares para,
“de uma forma rápida, ágil e eficaz”, apoiar as políticas contra as alterações
climáticas”.
“Por
exemplo, assisti esta manhã um encontro com os responsáveis do chamado ‘Fundo
Verde para o Clima”, no qual informaram aos países de que deviam ter prontos os
documentos necessários para a obtenção de fundos de financiamento dos
projectos”.
A propósito,
Viriato Cassamá disse que Guine-Bissau, havia
se preparado para esta eventualidade, pois tem já pronto alguns projectos que elaborou
com a colaboração da União Internacioal para a Conservação da natureza (UICN), PNUD,
FAO, pelo que falta apenas, “por as mãos
à obra” ,para suas efectivas implementações”.
Adiantou
ainda que, no quadro duma concertação do grupo de África, a Guiné-Bissau, à
semelhança de cerca de 50 países africanos, cujos parlamentos ainda não ratificaram
o AP, solicitou a prorrogação da 1a reunião pós-Paris, que deveria ter
lugar no decurso da COP22, em Marrakech,
em 2018.
“Isso
vai permitir que até lá todos os países que se engajaram com o AP tenham
ratificado este documento nos respectivos parlamentos”, sublinhou este especialista
em matéria de alterações climticas´.
Calcula-se
que 109 paises ja tenham ratificado o
AP, dos 193 que o assinaram na COP21, em França.
“Seria
muito triste e irónico se a Guiné-Bissau não ratificasse o AP, tanto mais que o
país figura entre as primeiras nações mais vulneráveis à subida média da água do
mar no mundo”, referiu Viriato Cassamá, que se mostrou convicto de que o
documento vai constar na pilha de prioridades a serem apreciadas assim que a
situação politica se acalmar e o hemiciclo guineense re-iniciar funções.
“Creio que o pais sairá a ganhar com a sua
participação neste certame, tendo em conta, sobretudo, factores como sua situação geográfica”, concluiu o chefe da delegação
que realçou os ensinamentos que tem absorvido de outros países que enfrentam os
mesmos problemas climáticos que a Guiné-Bissau, sobretudo na área agrícola.
José Augusto Mendonça, enviado Especial da
ANG
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