Rei de Marrocos pede apoio urgente aos países menos avançados
Marrakech, 16 nov 16 (ANG) – O
Rei Mohammed VI de Marrocos defendeu terça-feira que os parceiros devem,
urgentemente, proporcionar apoios financeiro e técnico aos países do Sul,
especialmente aos menos desenvolvidos, bem como aos Estados insulares, para que
reforcem as suas possibilidades de se adaptarem
às alterações climáticas.
Sua majestade discursava na abertura da cimeira de chefes de estados e de
governos, na 22ª Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP22)
que decorre em Marrakech, Marrocos.
`Os Países avançados devem honrar os
seus compromissos e mobilizar os 100 mil milhões de dólares, até 2020, que ficou
estabelecido no Acordo de Paris`, defendeu Mohammed VI, diante duma plenária de personalidades mundiais, nomeadamente,
o Secretário-geral da ONU, Ban Ki-Mon, o Presidente francês, François Hollande
e vários chefes de Estados e governos.
O soberano marroquino esclareceu
que se dirigia à todas as partes envolvidas na facilitação da transferência de
tecnologia e no desenvolvimento da investigação e inovação no domínio do clima.
´Os actores não governamentais, incluindo
empresas, comunidades locais, ONGs da sociedade civil, devem dar um forte
impulso à Agenda Global de Acção para o Clima´, acrescentou.
De acordo com o monarca, atitudes
de espera e negligência ao abordar o problema de mudanças climáticas e seus
efeitos poderão trazer terríveis consequências que comprometam a segurança e a
estabilidade, e exacerbam tensões e crises em todo o mundo.
“Em nome do nosso destino
partilhado e em nome da nossa responsabilidade histórica, exorto todas as
partes a trabalhar na tradução do nosso compromisso perante valores da justiça
e solidariedade em acções concretas”, referiu Mohamed VI.
Considera que a conferência de Marraquexe é um marco decisivo no processo
de implementação do histórico Acordo de Paris e que toda a humanidade deposita
grandes esperanças nas resoluções a serem aprovadas para travar o aquecimento e
metigar os efeitos de estufa.
Na verdade, sublinhou o Rei marroquino, a humanidade está ansiosa para
decisões que ajudarão a salvar o futuro da vida na terra, iniciativas tangíveis
e medidas práticas para preservar os direitos das gerações vindouras.
Os últimos quinze anos, segundo Mohammed VI, testemunharam o surgimento de
um discurso que se expandiu sobre questões ambientais, juntamente com o aumento
do número de ONGs envolvidas na advocacia ambiental.
`Não obstante o surgimento de tal “consciência positiva” o Rei parece estar
em dúvida se se está na direcção certa.
Pergunta igualmente se o conjunto de acções tem tido a necessária
coordenação e cooperação de todos os jogadores.
O monarca destacou que existem grandes diferenças entre os Estados e as
regiões no que se refere à cultura relacionada com o ambiente.
Sustentou que as prioridades dos países industrializados não são as mesmas
que as dos países em desenvolvimento e que há uma diferença importante em
termos de meios e recursos.
“Realizar esta conferência em África é um incentivo ao combate às
repercussões adversas das alterações climáticas, que estão a agravar-se cada vez
mais nos países do Sul e nos Estados insulares cuja própria existência está em
perigo”, disse a concluir.
José Augusto Mendonça, enviado
Especial da ANG
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