Chefes de Estado e Governos apelam “compromisso político
mais forte” a favor do clima
Marrakech, 18 Nov 16 (ANG) - Os Chefes de Estado, de Governos e Delegações
de diferentes países, reunidos em Marrakech, Marrocos, na 22a Conferência da
ONU sobre Alterações Climáticas concluíram ser urgente o estabelecimento de um
compromisso político mais forte para lutar contra os fenómenos climáticos.
Esta conclusão vem expressa no documento final do evento que hoje terminou
e no qual os dirigentes mundiais apelaram ainda uma forte solidariedade em relação
aos países mais vulneráveis aos impactos das alterações climáticas, nos seus esforços
para melhorar a sua capacidade de se adaptar, para construir a resiliência e
reduzir as suas fraquezas diante das adversidades do clima.
“Apelamos à todas as partes para fortalecer e apoiar os esforços para
erradicar a pobreza, garantir a segurança alimentar e tomar medidas fortes para
lidar com os desafios da mudança climática no domínio da agricultura”, exortam
os participantes.
Os reunidos afirmam que o clima do Planeta está a aquecer a um ritmo
alarmante e sem precedentes, pelo que constitui o dever urgente de todos
trabalhar para fazer face à essa ameaça.
Depois de se comprometerem na sua aplicação integral, os participantes do
evento manifestaram a esperança de ver implementado o Acordo de Paris, sobretudo
pelas suas metas ambiciosas, sua natureza inclusiva e sua conformidade com o
equidade e o princípio das responsabilidades comuns.
“Na verdade, este ano vimos um grande impulso na luta contra as alterações
climáticas em todo o mundo e em muitos fóruns multilaterais”, salientaram os
presentes que sublinharam que tal dinâmica é irreversível e guiada, não só por
governos, mas também pela ciência, pelo mundo corporativo, bem como por uma acção
global.
De acordo com os mesmos, é necessário fortalecer a cooperação mundial para
colmatar o fosso entre as trajetórias de emissões atuais e aquelas necessárias
para atingir os objectivos, a longo prazo, de limitar a temperatura definida
pelo Acordo de Paris.
Para isso, sublinharam, é preciso aumentar o financiamento, facilitar o seu
fluxo e acesso e, ao mesmo tempo, e os países desenvolvidos devem contribuir na
melhoria de capacidade e fornecer tecnologia as nações em desenvolvimento.
No documento, os países desenvolvidos voltaram a reafirmar o seu objectivo
de mobilizar 100 mil milhões de dólares norte-americanos nos próximos 5 anos
para financiar os esforços para mitigar os efeitos climáticos no mundo.
“Clamamos por mais acções a favor do clima e tendo em conta as necessidades
específicas e circunstanciais dos países em desenvolvimento, os menos
desenvolvidos e aqueles particularmente vulneráveis à efeitos adversos da
mudança do clima”, expressaram os participantes.
Os presentes exortaram aos actores não-estatais a se juntarem aos governos nas
suas acções de mobilização “imediata e ambiciosa”, observando as iniciativas e Parcerias lançadas
em Marrakech.
“A transição das nossas economias para alcançar os objectivos do Acordo de
Paris oferece uma oportunidade positiva e substancial para a prosperidade
melhorada e o desenvolvimento sustentável”, sustentaram as personalidades
reunidas.
A Conferência de Marraquexe marca um
ponto de viragem no compromisso das partes de reunir a comunidade internacional
num todo para em bloco enfrentar um dos
maiores desafios da actualidade.
“Nossa tarefa hoje é de continuar à este ritmo para, juntos, avançar
deliberadamente para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e encorajar
os esforços de adaptação, melhorar e apoiar a Agenda de Desenvolvimento durável
2030 e seus objetivos de desenvolvimento sustentável”, concluíram.
A 22a Convenção da ONU sobre Alterações Climáticas decorreu de 7 a 18 do mês em curso na cidade
marroquina de Marraquexe, sob o slogan
“É tempo de agir” e reuniu pelo menos 25 mil participantes oriundo de todo o
mundo.
José Augusto Mendonça, enviado
especial da ANG.
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