“Emissões de carbono cresceram pouco pelo terceiro ano sucessivo ”, dizem cientistas
Marrakech, 15 Nov 16 (ANG) - As emissões de carbono provenientes da queima de combustíveis fósseis ao nível global, não aumentaram em 2015 e deverão subir apenas ligeiramente em 2016, marcando assim três anos sem crescimento.
A constatação vem expressa no estudo
levado a cabo por pesquisadores da Universidade de East Anglia (EUA) e da
organizacao” Global Carbon Project”, e
apresentado segunda-feira na 22 Convenção da ONU sobre mudanças climáticas que
decorre em Marrakech, Marrocos.
“A projeção de aumento de apenas 0,2 por cento para 2016 marca uma ruptura
clara em relação ao rápido crescimento das emissões de 2,3 por cento ao ano
registrado na década até 2013, tendo sido registado um aumento de apenas 0,7
por cento em 2014”, lê-se no documento
que acrescenta que os novos dados mostram que o crescimento das emissões ficou
abaixo de 1 por cento, apesar do crescimento do PIB mundial ter excedido os 3por
cento.
De acordo com os pesquisadores, tal situação se deve a queda no uso de carvão pela China.
A China é considerada o maior emissor de CO2 no mundo, com 29 por cento do
total destes gases expelidos para o ambiente. No entanto, este pais asiático
registou, segundo cientistas, uma redução de 0,7 por cento em 2015, se comparado ao crescimento de mais
de 5 por cento ao ano na década anterior.
Prevê-se uma nova redução de 0,5 por cento para 2016, embora com grandes
incertezas.
Já os EUA, que figuram na segunda posição deste ranking, com os seus 15 por cento das emissões
globais, igualmente reduziu o uso de carvão, o que fez cair até 2,6 por cento
as emissões verificadas no ano passado.
As emissões dos EUA, de acordo com o referido estudo, deverão diminuir em
1,7por cento no ano em curso.
O documento mostra que depois dos 28 Estados-Membros da UE, que se posicionam
em terceiro lugar, com os seus 10 por cento das emissões globais, apos um
aumento registado em 2015, segue-se a Índia que contribuiu com 6,3 por cento dos
CO2 emitidos ao nível mundial.
“Embora a quebra nas emissões se alinhe com as promessas dos países de as diminuírem até 2030, ela ainda está aquém do necessário para limitar as mudanças climáticas bem abaixo dos 2 graus Celsius”, sintetiza o estudo.
“Embora a quebra nas emissões se alinhe com as promessas dos países de as diminuírem até 2030, ela ainda está aquém do necessário para limitar as mudanças climáticas bem abaixo dos 2 graus Celsius”, sintetiza o estudo.
"Este terceiro ano de quase nenhum crescimento nas emissões é sem
precedentes e ocorre num momento de forte crescimento econômico”, refere Corinne
Le Quéré, Diretora do Centro que liderou a análise dos dados.
Ela acrescentou que embora estes ganhos contribuírem no combate as
alterações climáticas, no entanto, são ainda insuficientes, porque , na sua ótica,
as emissões globais precisam diminuir rapidamente.
“Se os negociadores do clima em Marrakech puderem impulsionar novos cortes
nas emissões, poderemos ter um começo sério para lidar com as mudanças
climáticas", concluiu. José Augusto Mendonça, enviado especial da
ANG
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