"Como
africana tenho respeito e admiracao por Fidel Castro”, diz filha de Amilcar
Cabral
Bissau,29 Nov 16(ANG) – A Historiadora e filha de Amílcar Cabral
reconhece direito à oposição cubana de se manifestar, mas exalta apoio de
Castro à luta pela independência dos povos africanos.
Em declarações à
VOA, Iva Cabral, que pertence a uma geração “muito influenciada pelas ideias e
acções do Comandante Castro”, diz que “como africana, guineense e
cabo-verdiana” não pode deixar de lembrar que “ele apoiou as lutas de
libertação nacional sem restrições ,e que ele foi fundamental para que Angola
fosse independente e, consequentemente, para que o apartheid tivesse o fim que
teve”.
A morte de Fidel
Castro na passada sexta-feira, 25, continua a suscitar reacções em todo o
mundo.
Nos países
africanos de língua portuguesa, o “Comandante” é lembrado principalmente pela
ajuda que deu aos movimentos de libertação nacional, em particular ao Partido
Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e ao MPLA, mas
também depois de 1975 quando os novos Estados conquistaram a sua independência.
Professores,
médicos, militares e técnicos nas mais diversas áreas de Cuba ajudaram aqueles
países no momento em que careciam principalmente de recursos humanos.
“Não se pode falar
do século 20 sem falar de Fidel Castro, quer se goste ou não dele.É uma figura
incontornável na história mundial e, em particular, do dito Terceiro Mundo”,
considera a historiadora Iva Cabral, filha de Amílcar Cabral e que vive na
cidade da Praia, em Cabo Verde.
Neste particular,
aquela investigadora questiona qual seria “a história se o apartheid
conseguisse controlar Angola”, e reitera a sua “admiração e respeito profundos
por Fidel Castro”.
Questionada sobre
leituras diferentes acerca de Castro, com falta de liberdade no país e, ao
mesmo tempo, um defensor da liberdade e da emancipação dos povos, Iva Cabral
admite que a “oposição interna tem o direito de pensar assim”, mas reitera a
sua admiração pelo líder da Revolução Cubana, “independentemente da opinião que
se tem da sua política interna”.
É que, para
Cabral, “frente aos políticos que hoje mandam no mundo , a perda de homens como
Fidel Castro, que são tão raros, deixam um vazio total e são para admirar e
respeitar”.
ANG/VOA
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