“A Crise da Guiné-Bissau revela mediocridade da classe política”, diz Presidente da Liga dos Direitos Humanos
Bissau,11
Nov 16(ANG) – A Liga Guineense dos Direitos Humanos diz ser de "uma
mediocridade espantosa" o nível da classe política do país perante a crise
que assola as instituições da República bloqueadas devido aos conflitos
pessoais.
Augusto Mário da Silva |
A
posição da Liga foi transmitida quinta-feira por Augusto Mário da Silva,
presidente da organização, no ato de apresentação do relatório sobre a situação
dos direitos humanos na Guiné-Bissau no período de 2013 à 2015.
Para
a Liga, as desavenças pessoais entre os responsáveis políticos guineenses conduziriam
ao bloqueio das instituições, nomeadamente o Parlamento e o Governo, levando a
que o plano de ação e o Orçamento Geral do Estado para este ano não fossem
aprovados.
O
país deixou de executar políticas públicas e consequentemente tem deixado a
população sem serviços básicos ao nível da saúde, educação ou acesso à justiça,
acrescentou.
"Assistimos
à uma crise política que foi forjada gratuitamente pela ganância da nossa
classe política. A crise está a corroer as bases da nossa coesão, da nossa
independência e o fundamento do nosso Estado", observou Augusto da Silva.
O
presidente da Liga diz ser urgente que a classe política ponha termo à crise
antes que a situação descambe e traga consequências imprevisíveis para o país.
Augusto
Mário da Silva antevê "dias difíceis" para a Guiné-Bissau se
persistirem as ondas de greves na função pública, as manifestações de rua por
parte dos jovens, enquanto perdura o impasse entre a classe política na busca
de um consenso para a saída da crise.
O
dirigente da Liga exorta a classe política e o Presidente guineense, José Mário
Vaz, em particular, no sentido de respeitarem na íntegra os compromissos
assumidos perante os chefes do Estado de África Ocidental como "a
derradeira oportunidade" patrocinada pela comunidade internacional em
relação à Guiné-Bissau.
Os
compromissos em causa visam a formação de um Governo inclusivo que possa gerir
o país até às eleições legislativas marcadas para 2018.
ANG/Lusa
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