quarta-feira, 9 de novembro de 2016

COP22



“Proteção, restauro e gestão sustentável das florestas ganham progressos”dizem Activistas

Marakech, 09 Nov 16 (ANG) - Activistas de mundo inteiro empenhados no esforço global de proteger, restaurar e gerir de forma sustentável as florestas anunciaram, terca-feira, em Marakech uma série de medidas que demonstram progressos concretos alcançados no quadro do cumprimento das promessas de Paris e dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável.

O anuncio foi feito por Abdeladim Lhafi, Alto Comissário para a Água, Florestas e Luta contra a Desertificação durante o segundo dia do Fórum da ONU sobre Alterações Climáticas (COP 22) que decorre ma cidade de Marakech, Marrocos.

Segundo Lhafi, mais de uma dúzia de iniciativas de África à Indonésia passando pela América do Sul demonstram como as ações de mitigação e adaptação climática relacionadas às florestas e agricultura estão firmemente ancoradas nas contribuições nacionais de mais de 120 Partes da Convenção sobre o Clima.

O anúncio desses progressos ocorre dois anos após a Declaração de Nova Iorque sobre Florestas, um ambicioso compromisso assumido pelas partes interessadas na redução, pela metade, de desmatamento até 2020 e cessação da perda de florestas naturais até 2030.

O Dia de Acção Florestal na Conferência de Mudança Climáticas de Marraquexe faz parte da Agenda Global de Acção Climática, uma iniciativa da França e Marrocos visando impulsionar uma acção cooperativa entre governos, cidades, empresas, investidores e cidadãos, para reduzir as emissões e ajudar as nações vulneráveis ​​a adaptarem-se aos impactos climáticos e produzir a própria energia limpa para o futuro.


"Conservar, restaurar e gerir as florestas é essencial para atingir os objectivos globais de desenvolvimento sustentável, incluindo o combate à desertificação e à segurança hídrica", sublinhou Abdeladim Lhafi.

Neste âmbito, indicou que o governo marroquino apresenta uma nova iniciativa chamada de "Acção Fortalecida em Favor das Florestas na Região do Mediterrâneo-Sahel, no Contexto das Mudanças Climáticas (AFMS).

Com a AFMS, segundo este responsável, o executivo de sua majestade pretende ajudar os referidos países a honrarem os compromissos multilaterais assumidos e relacionados com as florestas, incluindo as ações de adaptação e mitigação no âmbito do acordo de Paris, e ainda facilitar os investimentos em alterações climáticas para melhorar a gestão florestal e construir a resiliência das comunidades dependentes das florestas. "

"As florestas são uma das maiores e mais rentáveis ​​respostas que temos contra as mudanças climáticas", disse por seu lado Helen Clark, Administradora do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), coorganizadora do evento. 

"Os países, a sociedade civil, o sector privado e os povos indígenas trabalham com afinco para juntos protegerem as florestas e limitar o aquecimento global a menos de 2 graus Centigrados, de acordo com os objetivos do Acordo de Paris".

O desmatamento e a degradação florestal contribuem atualmente para até 12 por cento das emissões do gaz carbono, um valor acima do expelido pelo sector de transportes, disse Clark apelando o fim das práticas que comprometam o planeta.

Helen Clark salientou que as florestas poderiam contribuir significativamente para a solução climática nas próximas décadas.
José Augusto Mendonça, enviado especial da ANG

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