“A
Guiné-Bissau ainda não ratificou Acordo de Paris sobre o clima, diz
especialista
Marrakech,
09 Nov 16 (ANG) – O ponto Focal
sobre as Alterações Climáticas na Guiné-Bissau confirmou hoje que o país, a
semelhança de outras 93 nações do mundo que se engajaram no compromisso de
aplicação do Acordo de Paris sobre o clima, ainda não ratificou aquele documento.
Em
declarações exclusivas à ANG, à margem dos trabalhos da Convencão da ONU sobre
as mudanças climáticas que decorrem em Marrakech, Marrocos, Viriato Luís Soares
Cassama relacionou o facto com a actual paralisação da Assembleia Nacional Popular
(ANP), devido a crise política que persiste no país desde Agosto de 2015.
“Todos os dispositivos necessários a sua apresentação
e posterior aprovação no parlamento já foram criados’, garantiu Viriato Cassamá
referindo-se a tradução linguística do document para o português, com o apoio
do Programa das nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), bem como os textos
anexos que apenas aguardam o re-arranque do hemiciclo guineense.
Disse
que, se não fosse a críse o país seria um dos primeiros 100 Estados do mundo
que já adoptaram o AP.
Cassamá
mostrou-se, no entanto, convicto de que tudo será ultrapassado e que esta
pretensão acabará por se materializar em breve.
Em
relacão ao COP22, Viriato Luís Soares Cassama espera que o mundo passe de
palavras aos actos, ou seja, que os mais de 100 mil milhões de dólares
prometidos anualmente para financiamento da luta contra alterações climáticas
sejam efectivamente postos à disposição das partes assinantes do AP, tanto mais
que apelidou a reunião de Marrakech de ‘COP de implementação’.
A
delegação guineense, que inclui ainda um técnico ambiental, um metereologista,
um deputado e um membro da sociedade civil, tem se desdobrado em encontros com
parceiros bi e multilateral, no sentido de facilitar a disponibilização de cerca de 200 milhões de dólares previstos
para financiamento dos 7 projectos sub-regionais já aprovados.
Dentre os projectos apresentados constam, o
sub-regional com a UICN sobre a errosão
dos paises costeiros, o de elaboraçao do plano nacional de adaptação a
médio e longo prazo com o PNUD, um outro ligado aos estados insulares de África
e suportado pelo FAO.
A
delegação guineense vai aproveitar este evento para apresentar aos
participantes um novo projecto relacionados às
mudanças climáticas, com a finalidade de ver este incluido no pacote de financiamento disponível.
“Estou
convicto que vamos conseguir financiamento para os nossos projectos’,
manifestou Viriato Cassama que acentua o
seu optimismo na reunião sobre o assunto tida em finais de Outubro na Africa do Sul, aonde
as perspectivas se revelaram bastante positivas.
Vincou
que o momento é de arregassar as mangas para, juntamente com os parceiros de
implementacao como PNUD, FAO, UICN, BOAD, entre outros, se conseguir a
materialização efectiva dos projectos.
Viriato
Cassamá lamentou a falta de meios
financeiros por parte do governo guineense para a edificação de um Stand
dedicado a exibição dos produtos e trabalhos que estão sendo desenvolvidos a
nivel nacional em defesa do meio ambiente à semelhança de paises africanos como
o Senegal , Guine-Conacri, Marrocos e outros.
“Se
estamos aqui foi graças ao apoio do PNUD. Mas mesmo assim somos poucos para desdobrar-se
em todos os eventos”, lamentou.
José Augusto Mendonça, enviado especial da ANG
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