sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

Carnaval 2019


“Falta de meios pode condicionar realização do desfile nacional “, diz Presidente da Comissão Organizadora

Bissau, 22 fev 19 (ANG) – O Presidente da Comissão Organizadora do Carnaval (COC) 2019 disse hoje que o não desbloqueamento de fundos por parte do Governo pode condicionar a realização do desfile carnavalesco ao nível nacional.

José da Cunha, numa entrevista exclusiva à ANG, disse que os preparativos estão num bom caminho, explicando que desde  Outubro de 2018, data do seu empossamento, começaram a fazer trabalhos preliminares para poder ter um carnaval bem organizado, eficiente, salientando que não é por acaso que escolheram o tema “Salvaguarda da Memória Colectiva “.

“Pensamos que os nossos valores culturais têm estado a perder de ano em ano. Por isso, há toda uma necessidade de ser resgatado e mantido vivo porque os nossos jovens, praticamente, não conhecem o valor da nossa tradição cultural Por isso é que começamos a trabalhar muito cedo, para poder proporcionar ao povo guineense um carnaval digno do seu próprio nome”, explicou.

Da Cunha frisou ainda que o maior objectivo passa por transformar o evento carnavalesco guineense numa montra ou museu virtual, para poder vender os produtos nacionais aos turistas.

Questionado se haverá desfile nacional este ano, uma vez que nos últimos anos a comissão tem  falhado, sobretudo no que tem a ver com a entrega dos prémios aos grupos vencedores, o Presidente da COC disse que estão preparados porque já têm tudo na mão, excepto a parte financeira, que cabe  ao Governo, o que pode vir a condicionar todo o trabalho feito até aqui.

Falando do orçamento para o evento, Da Cunha explicou que era de cerca de 200 milhões de francos CFA, mas que baixou e ficou na cifra dos 77 milhões de fcfa, cuja nova proposta  já foi entregue ao Governo, mas que ainda não foi disponibilizado à Comissão.

Expondo sobre a coincidência do carnaval com a campanha eleitoral, o responsável disse que uma coisa não tem nada a ver com a outra, salientando que ambos são carnavais na prática, por isso “é só continuar com a festa”.

“Não devemos entrar nesta comparação porque a eleição é que deslocou para a data do carnaval não o contrário. Agora, se as pessoas querem fazer confusão são livres de a fazer , nós  não vamos confundir as duas coisas”, vincou.

Para Cunha, a única coisa que pode pôr em causa a realização do desfile no carnaval são  os meios financeiros. “Mesmo sem fundos haverá sempre a manifestação carnavalesca”, sustentou, numa altura em que faltam apenas duas semanas para o inicio da maior festa popular guineense.

Enquanto isso, o carnaval de “Barracas”- espaço  de “comes e bebes” - já vai no seu sétimo dia, no espaço verde do bairro de Ajuda, em Bissau.

Bissau Velho também vai reabrir o espaço onde se pode matar a sede e a fome, através de variadas propostas de culinária tradicional guineense e internacional, que caracterizam o  carnaval guineense. ANG/MSC/AC//SG

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