“Falta
de meios pode condicionar realização do desfile nacional “, diz Presidente da
Comissão Organizadora
Bissau, 22 fev 19 (ANG) – O
Presidente da Comissão Organizadora do Carnaval (COC) 2019 disse hoje que o não
desbloqueamento de fundos por parte do Governo pode condicionar a realização do
desfile carnavalesco ao nível nacional.
José da Cunha, numa entrevista
exclusiva à ANG, disse que os preparativos estão num bom caminho, explicando
que desde Outubro de 2018, data do seu
empossamento, começaram a fazer trabalhos preliminares para poder ter um
carnaval bem organizado, eficiente, salientando que não é por acaso que escolheram
o tema “Salvaguarda da Memória Colectiva “.
“Pensamos que os nossos
valores culturais têm estado a perder de ano em ano. Por isso, há toda uma
necessidade de ser resgatado e mantido vivo porque os nossos jovens,
praticamente, não conhecem o valor da nossa tradição cultural Por isso é que
começamos a trabalhar muito cedo, para poder proporcionar ao povo guineense um
carnaval digno do seu próprio nome”, explicou.
Da Cunha frisou ainda que o
maior objectivo passa por transformar o evento carnavalesco guineense numa montra
ou museu virtual, para poder vender os produtos nacionais aos turistas.
Questionado se haverá desfile
nacional este ano, uma vez que nos últimos anos a comissão tem falhado, sobretudo no que tem a ver com a
entrega dos prémios aos grupos vencedores, o Presidente da COC disse que estão
preparados porque já têm tudo na mão, excepto a parte financeira, que cabe ao Governo, o que pode vir a condicionar todo
o trabalho feito até aqui.
Falando do orçamento para o
evento, Da Cunha explicou que era de cerca de 200 milhões de francos CFA, mas
que baixou e ficou na cifra dos 77 milhões de fcfa, cuja nova proposta já foi entregue ao Governo, mas que ainda não
foi disponibilizado à Comissão.
Expondo sobre a coincidência
do carnaval com a campanha eleitoral, o responsável disse que uma coisa não tem
nada a ver com a outra, salientando que ambos são carnavais na prática, por
isso “é só continuar com a festa”.
“Não devemos entrar nesta
comparação porque a eleição é que deslocou para a data do carnaval não o
contrário. Agora, se as pessoas querem fazer confusão são livres de a fazer ,
nós não vamos confundir as duas coisas”,
vincou.
Para Cunha, a única coisa que
pode pôr em causa a realização do desfile no carnaval são os meios financeiros. “Mesmo sem fundos haverá
sempre a manifestação carnavalesca”, sustentou, numa altura em que faltam
apenas duas semanas para o inicio da maior festa popular guineense.
Enquanto isso, o carnaval de
“Barracas”- espaço de “comes e bebes” -
já vai no seu sétimo dia, no espaço verde do bairro de Ajuda, em Bissau.
Bissau Velho também vai
reabrir o espaço onde se pode matar a sede e a fome, através de variadas propostas
de culinária tradicional guineense e internacional, que caracterizam o carnaval guineense. ANG/MSC/AC//SG
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