Presidente Muhammadu
Buhari reeleito para mais um mandato
Bissau, 27 fev 19 (ANG) –
Muhammadu Buhari foi reeleito Presidente da Nigéria, o país mais populoso de
África com 190 milhões de habitantes, com uma margem de milhões de votos sobre
o rival Atiku Abubakar, segundo resultados divulgados na terça-feira pela
comissão eleitoral.
Os resultados apurados dão o chefe de Estado cessante como reeleito,
com mais cinco milhões de votos do que o adversário nas eleições presidenciais
de sábado, apesar de ainda faltar apurar resultados de pelo menos um Estado,
refere a AFP.
Já a Associated Press fala numa vitória por 3,9 milhões de
votos, tendo em conta todos os dados apurados nos 36 estados que compõem o
país.
Para garantir a eleição, o vencedor, para além de ter de
conseguir a maioria dos votos, tem de reunir 25% dos votos em dois terços dos
36 estados.
Elementos da campanha de Muhammadu Buhari dizem que os números
conhecidos já permitem declarar este candidato vencedor, mas a comissão
eleitoral do país remeteu para as 03:00 locais (mais uma hora em Lisboa) o
anúncio oficial do candidato vencedor.
Segundo a AP, os apoiantes de Buhari já festejam a vitória do
candidato junto à sede do seu partido, em Abuja, a capital nigeriana.
O dia das eleições ficou associado a actos de violência que,
segundo os dados mais actualizados, fizeram já 53 mortos, números que têm sido
contabilizados por uma plataforma de organizações da sociedade civil que
acompanhou o ato eleitoral, a Situation Room (Sala de Situação).
De acordo com um relatório desta organização divulgado na
segunda-feira, quando ainda se contabilizavam 39 mortes, estes óbitos revelam
uma tendência de “grave violência eleitoral” desde o início da campanha, em
Outubro de 2018, tendo sido identificadas pela Situation Room mais de 260
mortes com motivação política até 23 de Fevereiro.
Apesar do adiamento das eleições (estavam inicialmente marcadas
para 16 de Fevereiro) devido a problemas logísticos, a plataforma da sociedade
civil indica que continuaram a verificar-se “grandes falhas logísticas” num
escrutínio marcado também pela violência, falta de segurança e excessos de
vária ordem e uma conduta “desapontante” dos principais partidos políticos
No Estado de Lagos houve relatos de perturbação das votações com
bandos de criminosos a disparar para o ar, urnas de votos incendiadas e outros
actos de violência, alguns causados pela ausência de elementos da Comissão Eleitoral
Independente da Nigéria (INEC) e falta de materiais.
A votação sofreu também adiamentos em vários pontos do país com
impacto no apuramento dos resultados.
A INEC mostrou-se satisfeita com a forma como decorreram as
eleições, mas a Situation Room considera que a comissão “não geriu as eleições
de forma eficiente” e que foram registadas “irregularidades significativas”.
No entanto, apela à “contenção” dos eleitores e restantes atores
políticos para evitar “perder mais vidas” e que recorram aos tribunais caso se
sintam lesados.
As votações de sábado visaram a eleições de um novo presidente –
disputada pelos favoritos Muhammadu Buhari, actual Presidente, e o seu rival
Atiku Abubakar -, bem como de 360 deputados e 109 senadores.
ANG/Inforpress/Lusa
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