Alterações à Constituição aprovadas por 87 por cento de eleitores
Bissau, 26 fev 19 (ANG) - A revisão da
Constituição cubana foi aprovada com quase 87 por cento dos votos dos eleitores
que no domingo (24) foram chamados a pronunciar-se em referendo, noticiou hoje
a comissão eleitoral de Cuba.
Bandeira de Cuba |
Falando à AFP, a presidente da Comissão Eleitoral, Alina
Balseiro, disse que os 7,8 milhões de cubanos votaram favoravelmente a
alterações propostas à Constituição, o que representa uma participação de 84,41
por cento dos eleitores.
Entre os votantes, 6,8 milhões (86,85%) votaram pelo
"sim" e 766.400 (9%) pronunciaram-se pelo "não", de acordo
com os números oficiais.
Ainda de acordo com Alina Balseiro, 2,5 por cento dos boletins
de voto foram entregues em branco e 1,6 por cento considerados nulos.
Habitualmente, a oposição - ilegal em Cuba e onde o voto não é
obrigatório - manifestava o seu descontentamento com o poder apelando aos
eleitores a votarem em branco ou a depositarem nas urnas boletins de voto
danificados para que fossem considerados nulos.
Mas o referendo sobre a reforma da Constituição permitia votar
"não", algo a que a oposição tinha apelado no decurso de uma forte
campanha nas redes sociais.
Por seu lado, o Governo cubano desencadeou uma forte campanha
pelo "sim", criando a palavra-chave para redes sociais #YoVotoSi, mas
que marcou também presença na televisão, nos autocarros e espaços comerciais da
ilha.
O novo texto constitucional introduz algumas relevantes
diferenças, como o reconhecimento da propriedade privada, a garantia de
presunção de inocência e de 'habeas corpus' em processos criminais, o
estabelecimento da liberdade de imprensa e a possibilidade dos cubanos
denunciarem violação de direitos constitucionais cometidos pelo Governo.
A nova versão da Constituição continua a permitir um único
partido na ilha, o Partido Comunista Cubano, a Economia continua a ser planificada,
embora haja reconhecimento do mercado, entre outros pressupostos.
A atenuação do papel do Estado estende-se à Economia, passando a
Constituição a admitir os negócios privados e as cooperativas (fora do sector
agrícola) como organizações legítimas de actividade económica.
Ainda a este nível, a Constituição reconhece agora o
investimento estrangeiro como "fundamental" para Cuba. ANG/Angop
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