quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

Senegal/eleições presidencial


                      Perfis dos cinco candidatos  presidenciais

Bissau, 21 fev 19 (ANG) - Os senegaleses vão às urnas domingo, 24 de Fevereiro de 2019, para eleger o seu presidente da Republica, num pleito em que concorrerão cinco candidatos.

O Presidente cessante, Macky Sall tem com sigo o sucesso económico. Com uma taxa de crescimento que varia entre 6 e 7%, desde que ascendeu ao poder, é inatacável neste domínio.

 Na campanha eleitoral em curso, os seus adversários não falam da economia.
Criticam-no por “instrumentalizar a Justiça e praticar má governação”.
Com efeito, desde a sua subida ao poder, a Justiça começou a perder qualidade.

Macky Sall instrumentalizou o poder judicial para afastar os seus adversários políticos como Karim Wade, candidato do Partido Democrático Senegalês, do antigo Presidente Abdouaye Wade, e Khalifa Ababacar Sall, ambos condenados e impedidos de concorrer à próxima presidencial.

Saal, governador de Dakar, foi exonerado pelo Presidente Macky Sall.
Sob sua cobertura, vários ministros e directores de empresas públicas do são investigados pela Inspecção-geral, por causa da sua gestão danosa, mas não serão julgados.
São esses dois aspectos, mais o desemprego dos jovens que mancham a sua governação.  
Por ter reduzido ao mínimo o número de candidatos, ressuscitou involuntariamente o seu antigo rival Idrissa Seck, que tinha perdido a popularidade. 
Quando os dois estavam no poder com Wade, este utilizara Macky Sall, então ministro do Interior, para liquidar politicamente Seck.
Depois de fazê-lo Wade voltou-se contra si, mas sem sucesso, porque em 2012, o actual Presidente enviou-o à reforma.
Hoje, é pelas vicissitudes da política que Macky Sall colocou Idrissa Seck na curva ascendente.
Idrissa Sech, antigo Primeiro-ministro de Wade,é dentre os candidatos da oposição o mais experiente. Fiel dos fiéis de Wade, antes deste deixa-lo cair e tê-lo colocado na prisão por desvio dos bens públicos. Candidata-se pela terceira vez.
Economista formado pela Escola de Altos Estudos Comerciais (HEC), Ciências políticas em Paris e pela prestigiosa Universidade americana de Princetown, o homem, de 59 anos, manipula a palavra. Raro nesse domínio, é também conhecido como sendo competente.
Os seus próximos descrevem-no como metódico e rigoroso. Temido por alguns, é ao mesmo tempo rejeitado, admirado e considerado fantasma.
O actual Presidente da República o considerou como tendo gosto pelo comando. Noutras palavras um homem firme que não suporta que as suas decisões sejam contrariadas.
É essa firmeza que faz muitos dos seus partidários pensarem que é o homem certo, perante a frivolidade do Presidente Macky Sall de punir alguns dos seus colaboradores cuja gestão é criticada. Uma fraqueza que não rima com o dirigir um país.
Ao posicionar-se como o principal adversário de Macky Sall, Idrissa Seck conseguiu juntar à sua candidatura, a excepção do PDS, todos os candidatos chumbados pelo Conselho constitucional, incluindo o governador de Dakar, Khalifa Ababacar Sall.
Candidato da coligação Idy 2019, qualificada de coligação “XXL” corre o risco de causar danos eleitorais ao Macky Sall.
Recentemente, o site ReseauNews, que parece melhor conhecer os Serviços de Inteligência senegaleses, citando estes últimos, noticiou que não de descarta uma eventual segunda entre Macky Sal e Idrissa Sall 
Madické Niang, companheiro de mais de 40 anos de Abdouaye Wade, separou-se deste no fim de 2018, quando Madické NIang rejeitou a sua proposta de não se candidatar à presidencial.
Advogado de profissão, Madické Niang foi antes advogado de Abdoulaye Wade. Quando este, fundador do PDS, foi eleito Presidente da República, em 2000, Niang ocupa vários postos ministeriais, nomeadamente da Habitação, Justiça, Negócios Estrangeiros acumulando uma vasta experiencia na gestão da coisa pública.
Deputado e chefe do grupo parlamentar dos “Liberais e Democratas” do PDS, demite-se do cargo por causa do desentendimento com Wade.
Candidato da coligação Madické 2019, o antigo ministro surpreendeu, ao conseguir o apoio de mais de 20 candidatos anulados pelo Conselho constitucional por vários motivos.
Excluído do PDS por ter querido ser um pano “B” do PDS que tinha como candidato Karim Wade, condenado pelo Tribunal de repressão e de enriquecimento ilícito (CREI) a seis anos de prisão, Nadické Niang espera obter o apoio dos militantes daquele partido.
Formado em informática nos Estados Unidos, Issa Sall é professor de profissão. Muito respeitado naquele meio, é adepto das artes marciais e dos pilotos de avião.
Em 2017 entrou de forma movimentada no parlamento senegalês, surpreendendo naquela eleição legislativa.
Fundador da Universidade privada do Sahel muito credível, ele saiu do partido da Unidade e da União (PUR), fundado por Serigne Moustapha Sy, guia espiritual de um movimento muçulmano saído da confraria Tidiane.
Ele não é o presidente do partido, mas foi escolhido por Serigne Sy, para ser o cabeça de lista das últimas legislativas.
Antes da presidencial, Sy queria ter a última palavra na escolha do candidato, mas deparou-se coma rejeição categórica dos quadros que aconselharam-no a dedicar-se com a espiritualidade e deixar de gerir o partido.
Com militantes disciplinados e devotos à causa do partido, ele é o único candidato que pode gabar-se, depois do presidente cessante, de dispor de uma rede muito densa a nível nacional.
Mas, muito recentemente violentos confrontos opuseram os seus militantes aos da Maioria presidencial, que mataram um militante da Maioria presidencial.
Desde então, a guarda de Issa Sall foi desarmada pela Policia nacional e enviada para a prisão.
Ousmane Sonko, com 44 anos, é o mais jovem dos candidatos.
Antigo inspector de Impostos, tem ideias  soltas e um discurso muito refinado.
Apresentando-se como um candidato anti-sistema, promete tirar o Senegal do Franco CFA, se for eleito.
Acusado de ser populista, Ousmane Sonko é o Melenchon senegalês, dá a impressão de ser imaturo 
Declarou num vídeo que não é pecado fusilar todos os Presidentes que dirigiram o Senegal, suscitando vários comentários da classe política e da sociedade civil.
Ultimamente, falando sobre a pacificação em Casamance (Sul do Senegal onde existe uma guerrilha separatista desde 1982), declarou que se for eleito Presidente da República, não negociaria com os seus tios, seus país e seus irmãos que estão na mata.
Vou procurá-los, tirá-los da floresta, e retomarem os seus lugares na sociedade e juntos, trabalhar pela paz.
Ousmane Sonko revelou-se aos senegaleses pelas acusações contra o poder sobre as questões fiscais, quando trabalhava como inspector de Impostos. Acusado de não ser reservado foi expulso da função pública por decreto presidencial, um acto que o propulsou na cena política. 
ANG/RFI

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