terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

       Assalto a Rádio Capital/LGDH  pede demissão do Ministro do Interior  

Bissau, 08 Fev 22 (ANG) – A Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH)  exigiu hoje  a demissão imediata do Ministro do Interior, por   “manifesta incapacidade de garantir a ordem , segurança e  tranquilidade pública ao país”.

Em conferência de imprensa esta terça-feira, o presidente da Liga, Augusto Mário da Silva sustentou que essa incapacidade do ministro do Interior deu azo a instalação de um clima de terror e caos na Guiné-Bissau.

A organização de defesa dos Direitos humanos reagia assim ao ataque à rádio capital FM levado a cabo, segunda-feira, em Bissau, por um grupo de homens armados com uniforme militar que destruiu os equipamentos da estação emissora tedo provocado ferimentos aos profissionais que se encontravam nesta estação emissora privada.

Para Augusto Mário trata-se de um atentado à liberdade de imprensa, que visa semear terror no país e silenciar as vozes dissonantes, para melhor instalar um  regime ditatorial na Guiné-Bissau.

O presidente da LGDH sublinhou que o ataque  aconteceu passados 18 meses depois da mesma estação emissora ter sido assaltada e destruída por um grupo armado,  que continua  impune, à sombra de uma “justiça selectiva e inoperante”.

Augusto Mário da Silva  sustentou que uma imprensa livre é a “espinha dorsal” de uma democracia pluralista e do Estado de Direito, e acrescenta  que o guineense se encontra  perante sinais de retrocessos nas conquistas democraticas com contornos imprevisíveis.

“Condenamos sem reservas este ato bárbaro que visa silenciar um dos espaços que simboliza o pluralismo e a liberdade de expressão. A Rádio Capital tem sido alvo previlegiado de assaltos, perseguisões e ameaças , desde a instalação do regime vigente.

A liga exige as autoridades judiciais, em especial ao Ministério Público a abertura de um competente inquérito transparente e conclusivo para traduzir a justiça os autores morais e materiais deste ato que classifica de “cobarde” e sem precedentes no país.

A organização  manisfesta a sua  solidariedade para com a Rádio Capital e encorajando aos seus profissionais a reerguerem com coragem e resiliências o que considera de “importante instrumenrto de consolidação de democracia e do Estado de Direito”.

O Presidente da LGDH apelou a população para  mobilizar fundos que permitirão a rápida reconstituição e retoma de funcionamento da Rádio em causa, e manifesta a sua “firme e inabalavél determinação” em denunciar, sem tréguas, todas as acções que pôem em causa a liberdade de imprensa e de expressão na Guiné-Bissau.

Augusto Mário da Silva encoraja ao povo guineense a manter-se firme, vigilante e determinado a combater quaisquer atos que ponham em causa os alicerces da paz,  unidade nacional e  coesão social.

A rádio Capital FM foi segunda-feira, e pela segunda vez, atacada com tiros de armas de fogo por um grupo de homens armados e com uniforme militar, que destruiram os equipamentos da estação: computadores, consoletes e emissores  e provocaram ferimentos em cinco jornalistas e técnicos, alguns em estado considerado grave.

Fontes desta estação emissora muito crítica  ao regime revelam que uma jornalista   da rádio,Maimuna Bari partiu a perna e se encontra hospitalizada e num  estado inconsciente. ANG/MSC/ÂC//SG

 

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