França/Christiane Taubira vence primária popular da esquerda
Bissau, 01 Jan 22(ANG) - Christiane Taubira, ex-ministra da Justiça de França, venceu as eleições populares primárias da esquerda, cujo resultado foi conhecido no domingo.
Dos 467 mil eleitores inscritos, apenas
392 mil pessoas exerceram o seu direito de voto e acabaram por dar a
vitória à antiga ministra da Justiça francesa, Christiane Taubira, que oficializou
recentemente a sua candidatura às eleições presidenciais.
Nesta eleição primária popular da
esquerda, o candidato ecologista Yannick Jadot ficou em segundo lugar,
seguido por Jean Luc Melenchon, candidato da França Insubmissa.
Por seu turno, a Presidente da Câmara
de Paris e candidata oficial dos socialistas, Anne Hidalgo, foi a quinta mais
votada.
Christiane Taubira mostrou-se feliz com
este resultado e apelou à união da esquerda e prometeu que iria contactar os
demais candidatos, referindo que "todos eles têm legitimidade no respectivo lugar".
Apesar destas palavras, os restantes
candidatos de esquerda não viram com bons olhos esta vitória e salientaram
que Taubira é apenas "mais uma candidata".
Sem se deixar afectar por estas opiniões, a ex-ministra deixou bem
claro quais são as suas prioridades futuras, numa entrevista concedida na manhã
desta segunda-feira à France Info.
"Eu sou uma candidata a
mais para aqueles que consideram que um processo democrático não vale
rigorosamente nada, que o meio milhão de pessoas que se inscreveram e
votaram não valem rigorosamente nada porque há eleitores de todas as
sensibilidades políticas", começou por dizer, em
entrevista à estação de rádio.
A ex-ministra tornou-se a sétima candidata de esquerda às
eleições presidenciais. Na corrida estão ainda Nathalie Arthaud, Anne
Hidalgo, Yannick Jadot, Jean-Luc Mélenchon, Fabien Roussel e Philippe
Poutou, de quem Christiane Taubira aproveitou para falar durante a sua passagem
pela France Info.
"A questão não é saber se
me dou bem com outros candidatos. A questão é antes de mais responder ao
problema do poder de compra de milhões e milhões de franceses. A questão é
assegurarmo-nos de que existe serviço público em todo o território. A questão é
acompanhar as profissões ligadas ao ensino e à saúde", referiu ainda.
Depois, disse ainda ser importante acabar com as condições
precárias de vários estudantes em França e falou sobre os crimes contra as
mulheres.
"É
(necessário) acabar com a vergonha das filas de estudantes à procura de comida.
É necessária uma luta efectiva contra o feminicídio, contra a violência
sexista e passar à transição ecológica de todas as nossas actividades
económicas e orientar a pesquisa para que possamos ter boas pistas", disse, não esquecendo também o
importante papel da cultura.
"É necessário reabilitar a
cultura para que esta possa crescer, bem como a consciência da nossa
identidade, a nossa consciência da nossa singularidade e daquilo que estamos a
fazer, é disto que se trata", salientou ainda.
Por fim, voltou a falar sobre os seus colegas de esquerda e
repudiou as críticas que lhe foram feitas. "Quando as pessoas estão em má postura, como é o caso, não posso passar o
meu tempo a ver se as outras pessoas estão de mau humor",
rematou.
De referir que, de acordo com as sondagens mais recentes, a
esquerda não conseguirá apurar nenhum candidato para uma eventual segunda volta
nas presidenciais de Abril. ANG/RFI
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