Saúde pública/Sucesso de transplante de rins de porco abre portas “a longo prazo”
Bissau, 01 Jan 22(ANG) - Cientistas norte-americanos anunciaram o transplante, com sucesso, de dois rins de porco geneticamente modificados para o corpo de um humano que estava em morte cerebral.
A equipa da Universidade do Alabama
sublinha que o processo foi bem-sucedido, que abre portas para a “viabilidade
a longo prazo” e mostra que os xenotransplantes “podem vir a funcionar no mundo
real”.
Num artigo científico, uma equipa de
cientistas da Universidade do Alabama, em Birmingham, Estados Unidos da
América, revela que conseguiu transplantar dois rins de porco geneticamente
modificados para um humano em morte cerebral.
O estudo foi publicado a 20 de Janeiro no
American Journal of Transplantation e a operação decorreu a 30 de Setembro de
2021.
Os peritos consideram que o estudo fornece
“informações importantes” “que não poderiam ser geradas em modelos animais”.
Susana Sampaio presidente da Sociedade
Portuguesa de Transplantação diz tratar-se de “um grande passo” e que o facto de “termos um modelo experimental em humanos vai permitir novas experiências”.
É uma esperança para os doentes crónicos, mas a presidente da Sociedade
Portuguesa de Transplantação relembra que “é um grande passo, mas não é o imediato”.
Os
rins foram retirados de porcos geneticamente modificados. Quatro genes do porco
foram “eliminados” e foram inseridos seis genes de humanos para tentar
controlar as reacções imunitárias do corpo humano.
Os
rins transplantados mantiveram-se viáveis 77 horas após o transplante,
filtraram sangue, produziram urina e não foram imediatamente rejeitados.
Depois destes testes, pretende-se avançar para ensaios clínicos.
"Não houve rejeição imediata, mas estamos a
falar de uma situação de muito curto prazo. Ainda é muito cedo para tirar
conclusões”,
acrescenta Susana Sampaio.
Os
cientistas americanos sublinham que o processo foi bem-sucedido, que abre
portas para a “viabilidade a longo prazo” e mostra que os xenotransplantes
“podem vir a funcionar no mundo real”.
“Temos modelos animais em que fazemos as
experiências, tínhamos já várias experiências efectuadas em símios, nunca se
tinha feito um modelo de experimentação para humanos. O que temos neste momento
é a possibilidade de ter um modelo que futuramente poderá ser validado e dar
início a ensaios clínicos para tentar perceber se será possível a
xenotransplantação com este tipo de alteração genética e percebermos o que vai
acontecer a longo prazo”, remata Susana Sampaio. ANG/RFI
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