quarta-feira, 29 de outubro de 2014

CPLP



Nova era para Moçambique
 
Bissau, 29 Out 14 (ANG)- A vitória do candidato da FRELIMO Filipe Nyusi dá início à “passagem de testemunho” da geração dos antigos combatentes da luta de libertação para os mais jovens. 

Também é a primeira vez que um Chefe de Estado provém do Norte. Todos os anteriores eram do Sul.

As eleições gerais de Moçambique, que culminaram com a vitória da FRELIMO nas legislativas e de Filipe Nyusi nas presidenciais, abrem uma nova era para o país.
Contestadas pelos perdedores o que não constitui propriamente uma surpresa em África, dada a tendência dos derrotados em não reconhecer o seu fracasso as eleições foram consideradas livres, justas, transparentes e credíveis pela comunidade internacional, que referiu alguns incidentes que “não mancham, na globalidade, os resultados”.

Mas nem tudo são rosas para a FRELIMO, ou cravos para a RENAMO e o MDM. Os resultados oficiais provisórios indicam que o partido vencedor perdeu 49 assentos para os rivais, passando de 191 para 142 deputados, e teve uma queda em relação às legislativas de 2009, onde obteve 75 por cento dos votos, muito superior aos 57,06 conseguidos nestas eleições.

A FRELIMO afirma ter mais de 4 milhões de membros, mas apenas votaram no partido menos de 2 milhões e 500 mil eleitores, e 2 milhões e 750 mil votaram em Filipe Nyusi. Isto significa que ou o número de membros da FRELIMO está inflacionado ou cerca de um milhão e 500 mil militantes não votaram no partido.
A RENAMO, com 51 deputados no actual Parlamento, “roubou” 38 assentos ao eterno rival, passando a ter 89. Também o MDM, que tem 8 deputados no actual Parlamento, ganhou mais 11 assentos na Casa das Leis, passando a ter 19.

Moçambique tem 22 milhões de habitantes. Quase 11 milhões de eleitores recensearam-se e metade deste número votou. Filipe Nyusi venceu com o voto de pouco menos de 3 milhões de moçambicanos.

Estas foram as eleições mais disputadas de Moçambique. Quanto a eventuais irregularidades, cabe aos partidos e candidatos que se sentem lesados recorrer às instituições legais. A nova lei eleitoral, que a RENAMO exigiu, prevê isso.

As queixas dos partidos políticos são apresentadas aos tribunais distritais, que dão prioridade à resolução dos conflitos eleitorais. Quando isso não for satisfatório, um apelo é apresentado ao Conselho Constitucional.

 (Eleazar Van-Dúnem –Jornal de Angola)|  

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