quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Roubo de gados


LGDH acusa Forças da Ordem de cometer arbitrariedades na alegada recuperação de gados  

Bissau 23 Out 14 (ANG) – O vice-presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH) acusou as forças de segurança de intervirem de “forma arbitraria” no quadro das acções de recuperação de  gados supostamente roubados na região de Cacheu, no Norte da Guiné-Bissau.

Segundo   Augusto Mário da Silva que falava hoje em conferência de imprensa em Bissau, a actuaço dos agentes carece de um enquadramento legal.

Aquele dirigente da Liga revelou que agentes da Guarda Nacional (GN) e da Policia de Protecção Publica (PPP) invadem as aldeias nas primeiras  horas da manhã, numa clara violação das disposições legais que regulamentam a busca e revista domiciliária, e sem qualquer critério objectivo  retiram os gados dos currais dos seus proprietários.  

O vice-presidente da LGDH acusou as forças de ordem de estarem a realizar a operação sem nenhum mandado do tribunal ou pelo menos do ministério publico.
“ A actuação das forças de ordem não passa de uma acção populista que visa agradar um certo sector desta sociedade “ afirmou.

De acordo ainda com o número dois desta organização que defende os direitos humanos, a liga nunca compactuará com este tipo de actuação nem no passado e muito menos no futuro.

“Ouvimos ontem as declarações do porta-voz do Ministério da

Administraçäo Interna e queremos aqui lamentar essas declarações infelizes, falsas e falaciosas na medida em que a liga está na posse de elementos concretos que indicam que a GN não tem nenhum mandado do Ministério Publico “ disse Augusto Mário.

Este activista adiantou ainda que a organização que dirige falou com o delegado do MP na Província Norte que confirmou que efectivamente não emitiu nenhum mandado de busca e revista contrariamente ao que vem dizendo o porta-voz do Ministério  da Administraçäo Interna.

Citando o porta-voz do Ministerio da Administraçäo Interna, Augusto Mario da Silva referiu que o os suspeitos foram detidos já há mais de uma semana  sem que os seus casos fossem encaminhados  ao Ministério Publico.

“O porta-voz vem agora dizer que estão a requerer a prisão preventiva. Estamos a brincar com  a investigação ou o quê?  Onde é que estão os fundamentos legais das forças de ordem  para pedir a prisão preventiva?, questionou.

Augusto Mário disse terem recebido denúncias de que esta força de segurança em acção na região de Cacheu está a cometer mais crimes do que proteger, porque em vez de protegerem o património das pessoas, “estão a saquear e a vandalizar as aldeias apropriando-se de bens e objectos das vítimas”, o que segundo ele, é inaceitável num  Estado de Direito.

“A liga é contra o roubo e foi uns dos primeiros juntamente com a Voz de Paz a denunciar o caso de roubo de godos, e está disposta a colaborar com qualquer que seja entidade policial e judiciaria para combater a impunidade e a criminalidade, mas quando as actuações forem a margem da lei, a liga estará sempre presente para denunciar as arbitrariedades”, avisou.

A conferencia de imprensa contou com as participações das supostas vitimas da tabanca de Djol e do comité da tabanca de Potche que disseram ter havido  agressões e roubo de 250 mil fcfa , 26 telemóveis e corte de cabos de painel solar.

Elementos da população da região de Cacheu em declarações emitidas pela TGB tem-se queixado às autoridades policiais regionais de roubo de gados com armas pesadas de fogo , havendo casos em que os assaltos às manadas foram feitos por indivíduos que se apresentaram com bazucas. 


Numa recente visita à região, o ministro da Administração Interna, Botche Candé prometeu combater esse mal tendo de imediato dado instruções para o efeito e apoiado em equipamento as forcas de ordem colocados naquela região.       ANG/ MSC/SG  

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