segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Política

“O Presidente José Mário Vaz deixou de ser árbitro para ser jogador”, diz  ex-Presidente da Republica de e Transição


Bissau,07 Nov 16(ANG) - O ex-Presidente de transição da Guiné-Bissau, Serifo Nhamado, considera que o atual chefe do Estado guineense, José Mário Vaz, "deixou-se envolver" no jogo político e que agora "passou a ser parte do problema".
Serifo Nhamadjo

Em entrevista ao jornal O Democrata, publicado quinta-feira em Bissau, Serifo Nhamadjo, que liderou a Guiné-Bissau na sequência do golpe militar de 2012, considerou que o atual Presidente guineense passou a fazer  parte do jogo e já tem dificuldades em arranjar soluções para o problema. 

"Qualquer cidadão que se preocupa dirá que ele faz parte do problema. Infelizmente ele se envolveu de tal forma que agora faz parte, quando devia ser a pessoa que dirime os conflitos entre pessoas desavindas", observou Nhamadjo.

Para o ex-Presidente de transição, no lugar de reserva, José Mário Vaz "vestiu uma camisola".

"Ele tem que se afastar desse jogo e tentar ser um elemento acima de todos os grupos para poder ter a capacidade de juntar todos, à bem do país", acrescentou.
 Serifo Nhamadjo considera que José Mário Vaz não esteve bem na forma como demitiu o primeiro Governo saído das eleições de 2014.

Entende que, em vez de justificar a sua decisão com a necessidade de combate à alegada corrupção dos membros do Governo, o Presidente guineense devia antes denunciar os casos à justiça e esperar pela sua atuação.

Nhamadjo também é da opinião de que o atual chefe do Estado não soube "galvanizar a avalanche" de apoio que o país conheceu após as eleições gerais, consideradas um sucesso.

Como saída, Nhamadjo aconselha José Mário Vaz a devolver o poder ao Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), na qualidade de vencedor das últimas eleições legislativas, lembrando que a Constituição não dá direito ao Presidente para indicar um primeiro-ministro do país.

Ao PAIGC, partido a que Nhamadjo pertence, embora se mantenha afastado das lides partidárias, recomenda  uma reconciliação verdadeira para que se possa fazer valer a maioria absoluta conquistada nas eleições de 2004.
ANG/O Democrata

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