Associação de Consumidores demarca-se do acordo entre Governo e Locateres
Bissau, 07 Fev 17 (ANG) – O Presidente da Associação de
Consumidores de Bens e Serviços (Acobes), disse hoje que o acordo de aumento da
tarifa de importação de mercadorias não vincula aos importadores , retalhistas
e nem tão pouco aos consumidores guineenses.
Fodé Carambá Sanhá que
falava em conferência de imprensa em jeito de reação ao acordo rubricado no
passado dia 1 de Fevereiro entre o Governo e Associação dos Transportadores
Terrestre, e que fixa em sete milhões de francos CFA cada frete de importação de mercadorias disse que
o referido acordo apenas vincula o
executivo e os transportadores de mercadorias-Locateres.
“Por isso, os efeitos que podem advir do
referido acordo ou seja a subida do preço de desalfandegamento das cargas de
quatro milhões e meio para sete milhões de francos CFA deve incidir somente no
lucro dos Locateres que por sua vez deve continuar a respeitar a tabela
aplicada aos seus parceiros de importação e não deve afectar os retalhistas e aos
consumidores”, explicou.
Para Fodé Carambá
Sanhá, as ameaças de aumento de custos de gêneros alimentícios e produtos de
higiene pessoal e colectiva devia levar em conta aspectos do equilíbrio de
rendimento per capita dos consumidores,
a dotação de abonos de família aos filhos dos trabalhadores, a cobertura dos vulneráveis
com o regime de assistência médica e medicamentosa.
O Governo, de acordo,
com o presidente de Acobes, devia levar também em conta o período particular
que o país está vivendo, bem como o salário mínimo *desumano* praticado até
aqui na Guiné-Bissau.
Para Fodé Sanhá, caso houver tentativa de aumento de bens
alimentícios em consequência do acordo assinado entre os transportadores e o
Governo, haverá descontentamento
generalizado que pode levar a uma manifestação social sem precedente na
Guiné-Bissau, porque os trabalhadores já
não têm espaço para apertar o cinto.
“O que estamos a assistir
neste país é a política de mediocridade para com as questões sociais porque há
tantas opções oportunas para fazer aumentar receitas sem necessidade de enveredar
por via de sufocar a vida das populações carentes que precisam do mínimo para a
sua sobrevivência”, disse.
Carambá indicou, entre
essas opções , o alargamento da base tributária, a eliminação dos subsídios de
salários de conveniências política, o controlo de agentes fiscais e de receitas
de Estado, a implementação da cobrança de impostos profissionais, a adequação
dos conselheiros e assessores políticos, despartidarização do aparelho do Estado
e o saneamento de administração pública com os funcionários sem tarefas
concretas.
ANG/MSC/ÂC/SG
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