Presidente do parlamento reconhece persistência de violações dos Direitos fundamentais no mundo
Bissau, 07 Fev 17 (ANG)
– O Presidente da Assembleia Nacional Popular (Parlamento) afirmou hoje em
Bissau que, apesar de ter sido alcançados muitos progressos, continuam a
acontecer as violações dos direitos humanos no mundo.
Cipriano Cassama
proferiu estas palavras quando presidia a cerimónia de abertura da Conferência
Internacional sobre os Direitos Humanos, organizada pela Liga Guineense dos
Direitos Humanos, em colaboração com as Organizações Não Governamentais
portuguesas: Associação de Comunidades entre os Povos (ACEP) e o Centro de
Estudos África, Ásia e América (CESA).
Perante esta situação,
o responsável máximo do Parlamento defende as sinergias de esforços entre todos
os actores da sociedade para que se possa atingir outros patamares, no domínio
de promoção e protecção dos direitos humanos no país.
Cassama que realçou o
papel das organizações da sociedade civil nesta matéria, ao lado dos Estados,
promete que ele, enquanto presidente do Paramento, “jamais compactuará com
atitudes e posições que ponham em causa a dignidade do povo guineense”.
No dia em que se
assinala o Dia Internacional de Tolerância Zero a Mutilação Genital Feminina, o
Presidente da Assembleia Nacional Popular assegura que, apesar do esforço
global para a sua erradicação, ainda milhões de mulheres continuar a ser
vítimas desta prática.
A Guiné-Bissau, segundo
Cassama, é um dos países mais afectados pela excisão feminina. Por isso,
defende intervenção mais “robusta” do
Estado contra o fanado da mulher, não
obstante “algumas melhorias” já registadas no seu combate.
Por sua vez,
discursando no acto, Presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos,Augusto
Mário da Silva declarou que “depois de
mais de 40 anos da independência do país,
a problemática dos direitos humanos continua longe das prioridades dos
sucessivos governantes.
Mário da Silva
acrescenta que este “facto” fez com que a Guiné-Bissau constasse na lista “restrita
de países sem nenhum plano ou estratégia nacional pública de promoção e
respeito pelos direitos humanos”.
Como exemplos de
“sistemáticas violações dos direitos humanos à escala nacional”, este activista
social aponta, nomeadamente os assassinatos dos antigos Presidente da
República, João Bernardo Vieira e Chefe de Estado Maior das Forças Armadas,
Tagmé Nawie e as “práticas recorrentes de torturas e tratamentos desumanos”
pelos agentes que, segundo ele, aproveitam o Estado para “aterrorizar as
populações”.
No plano económico e
social, o Presidente da Liga guineense dos Direitos Humanos afirma que os
guineenses continuam a deparar-se com problemas como“corrupção generalizada, dificuldades de acesso à água potável, saúde e educação.
Igualmente, no acto,
usaram de palavra, o Delegado da União Europeira no país, o representante da
embaixada de Portugal em Bissau e o Director da Amnistia Internacional para a
África Ocidental e Central que realçaram a importância desta Conferência
Internacional e a necessidade de, cada vez mais, se agir em defesa e promoção dos direitos humanos no
mundo.
Os conferencista
abordam a “Situação dos Direitos Humanos em África Ocidental e na Guiné-Bissau
e Direitos Humanos, Paz e Estabilidade em África: Desafios Actuais do Instituto
Africanos dos Direitos Humanos”.
O referido encontro financiado
pela União Europeia, tem como oradores: o Director da Amnistia Internacional
para a África Ocidental e Central, Alioune Tine, Gaye Sow do Instituto Africano
dos Direitos Humanos e Presidente do
Centro de Acesso a Justiça (CAJ-GB), o guineense Juliano Fernandes.
Segundo os
organizadores, nele tomam parte mais de cem conferencistas, entre eles, os
políticos, os académicos, os especialistas e os representantes das organizações
não governamentais que actuam no domínio da defesa e promoção dos direitos
humanos na Guiné-Bissau.
ANG/QC/SG
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