ONU/Rússia e China opõem-se a sanções unilaterais defendidas pelos Estados Unidos
Bissau, 08 Fev 22(ANG) – A Rússia e a China defenderam segunda-feira que apenas sanções do Conselho de Segurança das Nações Unidas são legais, criticando a imposição “unilateral” de sanções por países como os Estados Unidos.
“Apenas
as sanções do Conselho de Segurança são legais” e representam “uma ferramenta
importante para responder às ameaças no mundo”, sustentou o vice-embaixador
russo na ONU, Dmitry Polyanskiy, durante um debate no Conselho de Segurança.
A
Rússia, que preside a este importante órgão em Fevereiro, iniciou segunda-feira
um debate sobre as questões humanitárias e as consequências não intencionais
das sanções.
Sem
mencionar a crise na Ucrânia, que já levou Estados Unidos e União Europeia a
ameaçar Moscovo com sanções em caso de invasão ao país vizinho, o diplomata
russo aludiu às sanções “unilaterais” que “impedem a manutenção da paz” e são
uma “interferência à soberania dos Estados”.
“Este
golpe [sanções] é usado na Síria, Bielorrússia, Cuba, Venezuela, Irão,
Afeganistão, Birmânia e Mali”, referiu.
Na
mesma toada, o embaixador chinês na ONU, Zhang Jun, frisou que “sanções
unilaterais coercivas são uma grande fonte de preocupação”, porque “apenas
agravam o equilíbrio de poder”.
Os
países que utilizam [as sanções] estão viciados nestas como “numa droga”,
atirou, apelando para que “desistam imediatamente”.
Numa
referência à Coreia do Norte, o diplomata asiático apontou que as sanções da
ONU geram “graves consequências humanitárias”.
Há
mais de um ano que Pequim e Moscovo apelam ao levantamento de sanções a
Pyongyang por parte do Conselho de Segurança, pedidos que têm sido rejeitados
pelos países ocidentais.
A
embaixadora norte-americana na ONU, Linda Thomas-Greenfield, defendeu que a
situação humanitária na Coreia do Norte é responsabilidade do próprio país.
“O
principal obstáculo para enviar ajuda humanitária à Coreia do Norte é o
encerramento das fronteiras decidido por este país e não as sanções
internacionais”, defendeu.
A
diplomata também se mostrou contra o argumento de que as sanções unilaterais
são ilegais.
“Os
Estados Unidos rejeitam categoricamente essa posição”, vincou.
Linda
Thomas-Greenfield denunciou o bloqueio exercido “com demasiada frequência” por
certos membros do Conselho de Segurança sobre o “trabalho de rotina” relativo a
sanções, de forma a impedirem o envio de indivíduos ou a renovação de grupos de
especialistas responsáveis pela monitorização das medidas da ONU.
Em
Janeiro, após os testes sucessivos de mísseis norte-coreanos, China e Rússia
bloquearam um pedido dos EUA para sancionar cinco norte-coreanos acusados de
ajudarem na proliferação de armas.
Desde
agosto, a Rússia também impediu a renovação do grupo de especialistas da ONU
encarregado da República Centro-Africana, argumentando que a composição daquela
equipa não era suficientemente diversificada geograficamente.
Estão
atualmente em vigor em todo o mundo 14 regimes de sanções, afetando países como
Líbia, Iémen, Mali, Sudão ou Somália, ou grupos ‘jihadistas’ como o Estado
Islâmico ou a Al-Qaida.
ANG/Inforpress/Lusa
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