sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Ensino público

                   Conaeguib pede desconvocação da greve no sector

Bissau, 21 Out 16 (ANG) – O Presidente da Confederação Nacional das Associações Estudantis da Guiné-Bissau (Conaeguib), pediu esta quinta-feira ponderação aos dois sindicatos do sector educativo em relação a greve em curso no sector. 

Imagem de estudantes
Em entrevista exclusiva à ANG, Fidélis Biombo Cá disse que os dois sindicatos da educação nomeadamente o Sindicato Nacional dos Professores (Sinaprof) e o Sindicato Democrático dos Professores (Sindeprof), podem até ter a razão nas suas exigências, mas que devem levar em conta a situação crítica que o país enfrenta actualmente.

Aquele responsável estudantil sublinhou que o país está a viver a maior crise política e social da sua história. 

“Digo isso porque a instabilidade politica tem reflexos directos ao nível económico e quando há precariedade financeira o Estado perde a capacidade de responder às exigências sociais e é isso justamente o que está a acontecer na Guiné-Bissau”, explicou.

Para Biombo Cá  a ponderação e o diálogo franco entre as partes envolvidas será a principal arma para a resolução de qualquer diferendo, tendo frisado que as reivindicações dos professores, mais cedo ou mais tarde serão atendidas, mas os dias lectivos são irrecuperáveis.

O líder da maior organização estudantil do país disse ainda que aquando da abertura do novo ano lectivo, em Setembro, aplaudiram a iniciativa do  governo apesar de reticentes em relação ao seu sucesso.

“A nossa satisfação tinha a ver com os dias lectivos dos meses de Setembro e Outubro do ano em curso que podiam servir para colmatar as lacunas deixadas no ano transato, porque como podem testemunhar, o ano passado terminou com um enorme fracasso”, disse.

Declarou que se tudo decorresse normalmente em Novembro seria possível contar com as programações e a execução dos conteúdos do ano lectivo 2016/17.

Fidélis Biombo Cá disse que a espectativa da sua organização foi por água baixa, porque já perderam 10 dias e provavelmente vão perder mais 15 , totalizando  25 dias lectivos.

O líder do Conaeguib disse que não vão baixar os braços na procura de soluções através de contactos com os sindicatos e o Governo, salientando que não são os terceiros que vão resolver os problemas dos irmãos guineenses.

Aquele responsável máximo dos estudantes do país disse contudo estar esperançado que melhores dias virão para os alunos guineenses, lembrando que o Brasil também passou por está fase, mas quando os dirigentes daquele país se mentalizaram de que sem e educação não há desenvolvimento utilizaram as receitas provenientes dos recursos naturais nos sectores prioritários inclusive na educação e saúde.

Fidélis Biombo Cá não descartou a possibilidade de realizações de reivindicações mais exigentes por parte dos estudantes com vigílias e protestos,  caso as paralisações continuassem nas escolas públicas, afirmando que a meta de uma educação de qualidade até 2020 é uma ilusão perante os passos para trás que o sector está a dar. 
ANG/MSC/SG

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