Procuradora-Geral rejeita insinuações de fraude eleitoral
Bissau, 24 Out 16 (ANG) - A Procuradora-Geral dos Estados Unidos, Loretta
Lynch, rejeitou as insinuações do candidato republicano Donald Trump sobre a
manipulação eleitoral a favor da democrata Hillary Clinton.
Em declarações feitas na quinta-feira, em Roma, pouco
antes dos últimos comentários de Trump sobre o assunto, Lynch disse não existir
razões para crer que haveria um perigo real de boletins falsos, eleitores
impedidos de exercer o direito de votar, ou contas falsificadas.
Em diferentes ocasiões, Donald Trump afirmou que a classe dirigente dos Estados Unidos está tão desesperada para que Hillary ganhe as eleições que o resultado pode ser distorcido a seu favor.
Nas últimas declarações, em Delaware (Nordeste), o candidato republicano à Casa Branca disse que aceitaria “um resultado claro das eleições presidencias” do mês que vem, mas reservou-se ao direito a apelar legalmente do resultado, se achar que é “questionável”.
Sobre comentários parecidos feitos por Trump na quarta-feira antes do debate com Hillary, a Procuradora-Geral afirmou que o Departamento de Justiça consideraria qualquer recurso que se apresentasse no órgão.
Ela acrescentou, porém, que “neste momento, não acho que seja útil especular sobre se investigaríamos ou não algo, enquanto não virmos qualquer ameaça actual”.
Lynch realçou que o Departamento de Justiça trabalha de forma estreita com os Estados do país para verificar que os sistemas sejam seguros frente ao risco de “hackers, ataques (cibernéticos) e coisas parecidas”.
“Acreditamos que seja muito difícil para qualquer pessoa de fora influir no resultado. Temos uma grande confiança no nosso sistema eleitoral”, sentenciou.
Lynch disse também que o seu Departamento foi informado pelos especialistas em Inteligência sobre as supostas tentativas da Rússia de influenciar as eleições, através do envolvimento em fuga de informações consideradas prejudiciais para Hillary.
O Presidente norte-americano, Barack Obama, foi uma
das principais vozes a criticar a postura de Donald Trump ao acusar o candidato
republicano à Casa Branca de “minar a democracia dos Estados Unidos” e de
causar consternação devido à ameaça de não reconhecer o resultado das eleições
presidenciais do dia 8 de Novembro.
“Quando se tenta semear a semente da dúvida nas mentes das pessoas sobre a legitimidade da nossa eleição, isso mina a nossa democracia”, disse Barack Obama durante um comício em Miami.
O Presidente pediu uma “grande vitória” para a democrata Hillary Clinton para “não deixar dúvidas” sobre o resultado.
Obama condenou as “alegações sem precedentes” de Trump de que a eleição corre o risco de fraude” e alertou de que as declarações do republicano não eram piada, mas um passo “perigoso”.
“Acreditamos na democracia e aceitamos a decisão do
povo”, disse o Presidente.
“Não há forma de manipular uma eleição num país tão grande”, insistiu. “É mais fácil ser atingido por um raio que estar perto de alguém que comete fraude eleitoral”.
“Não há forma de manipular uma eleição num país tão grande”, insistiu. “É mais fácil ser atingido por um raio que estar perto de alguém que comete fraude eleitoral”.
Um público de 2.800 pessoas ovacionou Obama numa quadra de basquete da Florida Memorial University, no noroeste de Miami.
Quando deixou Las Vegas, após o debate de campanha, na madrugada de quinta-feira, Hillary Clinton, comentou rapidamente à imprensa que foi “horroroso” perceber que Trump evitava comprometer-se a aceitar os resultados eleitorais.
“O nosso país existe há 240 anos (...) e nunca
questionamos eleições. Um dos princípios sempre foi que aceitamos o resultado
das eleições”, expressou.
“É claro que Trump diz estas coisas porque não pode acreditar que não vai ganhar. Isto é o pior nele”, disse à AFP uma simpatizante de Hillary, Debra Dawkins.
“A ideia de que Trump chegue à Casa Branca é algo que dá medo não só no nosso país, mas por todo o mundo”, acrescentou a mulher, de 66 anos.
Também o candidato a vice-presidente de Clinton, senador Tim Kaine, disse ao canal ABC que os comentários de Trump foram “chocantes, absolutamente chocantes”.
ANG/JA
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