Adotada declaração
"histórica" sobre pirataria e pesca ilegal
Bissau, 17 Out 16 (ANG) - A União Africana adoptou
sábado numa cimeira em Lomé (Togo) uma Declaração "histórica" contra
a pirataria e pesca ilegal e sobre a segurança marítima, anunciou no domingo o
presidente do Congo, Denis Sassou Nguesso.
"Temos o prazer de anunciar a adopção e
assinatura de uma Declaração sobre segurança marítima e desenvolvimento em
África", afirmou Denis Sassou Nguesso no decorrer da cimeira,
classificando o documento como "histórico".
O presidente congolês declarou que a decisão conjunta
dos mais de 40 países africanos reunidos na capital togolesa visa impulsionar o
desenvolvimento económico e social em todo o continente africano.
Confrontados com um recrudescimento dos diversos tipos
de tráficos (drogas, armas e seres humanos), bem como da pirataria nas suas
águas, os países africanos reuniram-se sábado em Lomé para acertarem novos
instrumentos de luta contra o fenómeno - desde o reforço da partilha de
informações até à cooperação direta.
Dos 43 países presentes (a União Africana conta com 54
países), 18 fazem-se representar na cimeira extraordinária pelos respetivos
Chefes de Estado.
Embora a situação esteja atualmente mais calma no
Golfo de Adén, na costa leste do continente, é no Golfo da Guiné - que abarca
mais de 5.700 quilómetros de costas - que se situa agora o novo epicentro da
pirataria marítima em África.
Desde Abril que a OMI (Organização Marítima
Internacional) registou pelo menos 27 ataques com embarcações (roubos, raptos
ou tentativas frustradas) nas costas da África Ocidental, contra apenas dois na
Costa Leste.
Do Senegal à Angola, os 17 países do Golfo da Guiné -
com grandes limitações e disparidades no que diz respeito a capacidade de
vigilância e defesa marítima - têm vindo a tentar reforçar os respectivos meios
de intervenção, bem como a tentar impulsionar uma colaboração regional mais
estreita.
Portugal, Espanha, França e Dinamarca estão envolvidos
em missões de formação de marinhas de países africanos.
"A África está mais exposta do que outros
continentes pela simples razão de ter
menos competências e meios para enfrentar esta situação", considerou
na sexta-feira o chadiano Tchadien Idriss Déby, actual presidente em exercício
da União Africana.
Idriss Déby sublinhou que "desde 2011 que o
tráfico de droga tomou o continente de assalto".
A cimeira extraordinária pretende também fazer, pela
primeira vez, a ligação entre a problemática da segurança marítima e o
desenvolvimento, nomeadamente os fluxos petrolíferos, a pesca, o turismo, a
logística.
"A economia do mar para nós é considerável. O mar
é o mais bem guardado segredo de África", salientou aos jornalistas o
antigo primeiro-ministro do Benin Lionel Zinsou. ANG/Lusa/Inforpress
Sem comentários:
Enviar um comentário