“As relações entre a Guiné-Bissau e China estão de boa saúde”, diz ministro das Obras Públicas
Bissau,10
Out 16(ANG) - As relações entre a Guiné-Bissau e a China estão de boa saúde e
“as perspetivas são positivas”, antecipou o ministro das Obras Públicas
guineense à agência Lusa, antes de partir para uma conferência ministerial do
Fórum Macau.
Malam Banjai |
Ao
mesmo tempo que mantém abertura total à iniciativa chinesa, o governo da
Guiné-Bissau vai procurar recursos para construir 145 quilómetros de estradas
alcatroadas na região sul, “o celeiro do país”, referiu Malam Banjai.
O
executivo leva ainda em carteira, no domínio das acessibilidades, um projeto
para construção de uma ponte sobre o rio Cacheu até à cidade de Farim (norte do
país) e a extensão da avenida do aeroporto de Bissau até Safim (arredores da
capital) — obra cuja execução pela China poderá ser anunciada em breve,
acrescentou.
Outros
projetos dizem respeito à construção de mil fogos de habitação social, 500 na
capital e o resto espalhado pelo país, além de se procurarem parcerias com a
China no âmbito da reforma dos setores da defesa e segurança, indicou ainda o
governante.
A
China foi um dos primeiros aliados da luta guineense pela independência, na
década de 1960, e já tem uma extensa lista de obras públicas realizadas no
país, pelo que as empresas chinesas gozam de uma “abertura total” em solo
guineense, ajustada caso a caso, referiu Malam Banjai.
“A
abertura é natural para com o governo e empresas chinesas, no sentido de uma
parceria mutuamente vantajosa” com o Estado guineense.
“Têm
portas abertas para eleger os setores de intervenção e nessa altura
negoceiam-se as modalidades para se levar os projetos à prática”, acrescentou.
Intervenções
em setores como o abate de madeira ou pescas “devem ser regulamentados” com
especial atenção por serem “património de todo o povo”, destacou, realçando
sempre a dívida de gratidão da Guiné-Bissau.
Quando
um país é aliado desde a luta pela independência, “isso não se paga com
fosfato, madeira ou pescas”, disse Malam Banjai, afirmando que a “cooperação
com a China é algo que não tem preço e é histórico”.
A
instabilidade política no país, com quatro governos no último ano e um
parlamento bloqueado – sem um Orçamento do Estado aprovado para 2016 -, têm
limitado os financiamentos de vários parceiros internacionais, mas esse não é o
caso da China, acrescentou o governante.
Depois
de ter apoiado a luta pela independência, a China abriu uma embaixada na
Guiné-Bissau a 15 de março de 1974, meio ano antes de Portugal reconhecer a
emancipação já declarada unilateralmente a 24 de setembro de 1973. ANG/Lusa
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