Advogado do ex-Director Executivo responsabiliza Ministério
Público pela “integridade fisica” do seu constituinte
Bissau, 10 Out 16
(ANG) – O Advogado do ex-Director
Executivo do Fundo da Conservação Rodoviária responsabiliza o Ministério
Público e a Polícia pela “integridade física” do seu constituinte, Marciano
Mendes, cujo paradeiro se desconhece .
Marciano Mendes |
Numa conferência de
imprensa realizada hoje, Alen Napoco disse que, no sábado e domingo últimos,
“houve uma acção de detenção ilegal” do antigo Director Executivo do Fundo
Rodoviário, por parte do ministério público, em colaboração com a polícia.
De acordo com este
advogado, por o seu constituinte, Marciano Mendes, ter feito denúncias sobre
alegadas irregularidades cometidas pelo ministro das Obras Públicas,
Construções e Urbanismo , na utilização dos fundos destinados a reabilitação
pontual das rodovias da capital, devia o
Ministério Público ouví-lo, com vista a
apurar os factos para efeitos criminais, “não tentar detê-lo à margem da
lei.
“Em vez disso, fomos
confrontado com um suposto mandado de busca e detenção no sábado e no domingo,
onde os agentes da polícia foram a casa do Marciano Mendes, com um dito mandado
emitido pelo Ministério Público”, acrescentou Napoco.
Ainda, de acordo com
Alen Napoco, o referido mandado estava ferido de ilegalidade, porque o
Ministério Público não tem a competência para decretar a detenção de uma pessoa
que “fez a denúncia que, nem se quer, foi constituído suspeito em algum
processo de investigação e, muito menos, ouvido uma única vez, como
denunciante, por esta entidade judiciária”.
Napoco acrescentou
que o que “é mais grave, foi a execução do mandado de detenção num domingo”, ou
seja, num dia fora do expediente.
Por isso, questionou sobre
a “pressa do Ministério Público e da Polícia contra Maciano Mendes que, nem se
quer foi ouvido no âmbito de uma investigação”.
No entender do
Advogado, o Ministério Público não cumpriu com o seu papel, enquanto titular da
acção penal, em abrir um inquérito e notificar o antigo Director Executivo .
Por outro lado, Alen
Napoco afirmou que, enquanto advogado de Marciano Mendes, não foi notificado em
relação ao alegado mandado.
No mês passado, o
Conselho de Ministros deu orientações ao Ministro das Obras pública, Malam
Banjai para exonerar Maciano Mendes nas funções do Director Executivo do Fundo Rodoviário, por alegado “desvio de fundos e de administração danosa”.
Facto que viria a acontecer dias depois.
E o Marciano Mendes,
por sua vez, acusou o ministro Banjai de “corrupção” na gestão de fundos
destinados a reabilitação de algumas estradas da capital, Bissau.
E, em resposta, o
assessor jurídico do Ministro refuta a acusação e, informou na altura que,
haverá uma queixa-crime contra o antigo Director Executivo do Fundo da
Conservação Rodoviária. ANG/QC/SG
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