UNTG exige retorno dos funcionários expulsos na Empresa Orange Bissau
Bissau 11 Out. 16
(ANG) - O Secretário-geral da União Nacional dos Trabalhadores da Guiné (UNTG),
exigiu hoje à direcção da empresa de telecomunicações Orange Bissau o
cumprimento da decisão do Tribunal Regional que ordena o regresso, àquela instituição,
de funcionários expulsos na sequência de uma greve de trabalhadores ali
ocorrido recentemente.
Sede da Orange Bissau |
Estevão Gomes Có em entrevista exclusiva a ANG,
considera que não se pode menosprezar a lei de um país e sobretudo a decisão de
um tribunal.
Acrescentou que a
empresa deve primeiro cumprir a lei para depois seguir as normas legais.
“Na Guiné-Bissau
temos leis que protegem os trabalhadores não só através da Constituição da
República mas também as leis ordinárias da liberdade sindical e além das
convenções no quatro da Organização Internacional de Trabalho (OIT). A greve é
um direito que assiste aos trabalhadores “ disse.
O Secretário-geral da
UNTG lembrou que depois da Revolução Industrial começou as revindicações dos
empregados porque a partir daquela data a classe trabalhadora começou a sentir que
não ganhava de acordo com o que produzia e fez várias reivindicações até que o mundo
consciencializou dos seus direitos entre os quais, a greve e a Guiné-Bissau não
foge a regra.
Gomes Có disse que o sindicato da empresa Orange Bissau,
antes de decretar a greve, seguiu todos os processos normais, pelo que não deve
sofrer retaliação.
“Não estamos a dizer que durante a greve os
funcionários não podem falhar. Mas há procedimentos legais a recorrer, como
sanções disciplinares e criação de uma
comissão para averiguar as infrações cometidas dentro do período de reclamações.
Só depois disso é que devem aplicar os castigos ou seja, não podem fazê-lo sem
provas “, reforçou o sindicalista.
Estevão Gomes Có
disse que a direcção da empresa Orange Bissau acusou sem provas os
trabalhadores pelos cortes na internet e nos telefones durante os dias de
greve.
“Se isso foi um acto
de sabotagem cometida pelos trabalhadores inclusive os quatros expulsos, a
direcção da empresa deve mostrar provas”, salientou.
Có sustenta que a direcção da Orange alegou
que já perdeu a confiança nos respetivos funcionários, por isso os suspendeu
das suas funções, o que obrigou os trabalhadores a entrar com uma providência
cautelar, tendo o juiz decidido que
devem voltar aos seus postos de serviços.
“Se o juiz decidir nesse
sentido é porque está tudo decidido e caso a Orange não concorda deve seguir a lei.
Sabe-se que a empresa entrou com uma queixa contra os trabalhadores em causa,
mas devem esperar a decisão final para agirem dentro das normas legais e depois
castiga-los Não devem desrespeitar a
decisão de um tribunal”, referiu.
O secretário-geral da
UNTG disse que depois de reunir com o sindicato dos trabalhadores da Orange e MTN,
o Secretariado da Central Sindical decidiu fazer contactos com as entidades da área,
entre os quais o Ministério da Função Publica, Secretaria de Estado dos Transportes
a Autoridade Reguladora Nacional e o Ministério do Interior, para depois tomar
uma decisão final. ANG/MSC/SG
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