China anuncia 267ME
em créditos preferenciais a PALOP e Timor-Leste até 2019
Bissau,11 Out 16 (ANG) - A China vai conceder
empréstimos com condições especiais no valor de cerca de 267 milhões de euros a
quatro países africanos de língua portuguesa e Timor-Leste até 2019, anunciou
hoje o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang.
Estes créditos destinam-se a "reforçar ainda mais
a cooperação na área da construção de infraestruturas", mas também a
"promover a conexão industrial" e a "capacidade produtiva",
segundo o Governo chinês.
Os créditos preferenciais a Angola, Moçambique,
Guiné-Bissau, Cabo-Verde e Timor-Leste para os próximos três anos fazem parte de
18 medidas para os países lusófonos anunciadas hoje pela China, na abertura da
quinta Conferência Ministerial do Fórum para a cooperação Económica e Comercial
entre a China e os países de Língua Portuguesa, conhecido como Fórum Macau.
Entre aquelas 18 medidas estão ainda donativos de
cerca de 267 milhões de euros, no mesmo período, aos países lusófonos de África
e a Timor-Leste para "apoiar projectos" nas áreas da agricultura,
facilitação do comércio e investimento, prevenção e combate à malária, e investigação
em medicina tradicional.
A China vai ainda perdoar aos mesmos países, até 2019,
dívidas já vencidas de empréstimos sem juros num valor equivalente 70 milhões
de euros.
O Fórum Macau reúne-se a nível ministerial a cada três
anos e do encontro sai um plano de acção para o triénio seguinte.
Há três anos tinham sido anunciados créditos
preferências da China de cerca de 240 milhões de euros para os mesmos países.
Nos dias que antecederam o encontro que arrancou hoje
em Macau, os países de língua portuguesa, sobretudo os africanos, já tinham
enfatizado a importância de a cooperação com a China passar a centrar-se também
no desenvolvimento da "capacidade produtiva" de alguns dos membros
deste Fórum.
Num documento distribuído aos jornalistas após o
discurso de Li Keqiang, que abriu a reunião governamental, a China diz que no
triénio 2017-2019 "irá promover activamente a conexão das indústrias e a
cooperação da capacidade produtiva" com os países lusófonos, "para
além de promover o processo da industrialização" de Timor-Leste e dos
países de língua portuguesa em África.
Para além da "capacidade produtiva", as 18
medidas hoje anunciadas abrangem as áreas da "cooperação para o
desenvolvimento" (onde se inserem os donativos e os perdões de dívida), a
"cooperação humana e cultural", a "cooperação marítima" e
"o aprofundamento do papel de Macau como plataforma" entre a China e
os países de língua portuguesa.
A nível da cooperação marítima, Pequim compromete-se a
ajudar os países de África e Timor-Leste que integram o Fórum Macau a construir
"instalações contra desastres marítimos e mudanças climáticas", como
observatórios meteorológicos marítimos, e anuncia "cooperações
programáticas" nas áreas das pescas, "protecção do meio marinho e
pesquisa do ecossistema marinho".
O envio de 200 profissionais integrados em equipas
médicas para países lusófonos africanos e Timor-Leste e a atribuição de 2.500
bolsas para estudantes dos países de língua portuguesa constam também da lista
de medidas hoje anunciadas.
Em relação a Macau, Pequim vai criar três estruturas
novas que, como o Fórum Macau, ficarão sediadas na cidade: a Confederação dos
Empresários da China e dos Países de Língua Portuguesa, o Centro de Intercâmbio
Cultural e o Centro de Intercâmbio sobre a Inovação e o Empreendedorismo dos
Jovens entre a China e os Países de Língua Portuguesa.
Além disso, como já estava anunciado, será construído
em Macau um edifício par albergar uma série de serviços relacionados com a
cooperação entre o mundo lusófono e a China.
Pequim reitera ainda a intenção de até 2019 fazer de
Macau "uma base de formação de profissionais bilingues em chinês e
português".
ANG/Lusa
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