Ex.
Director acusa ministro das Obras Pública de “esbanjamento” de cerca de 400
milhões de francos cfa
Bissau,06 Out 16 (ANG) – O ex- Director Executivo do Fundo Rodoviário
acusou o ministro de Obras Públicas, Construção e Urbanismo de “esbanjamento de
forma arbitrária e irresponsável do dinheiro dos contribuintes da rede
rodoviária”.
Marciano Mendes |
Marciano Mendes falava quarta-feira aos jornalistas em jeito de reação as
acusações apresentadas ao Conselho de Ministros, pelo ministro das Obras Públicas,
Malam Bajai, segundo as quais terão ocorridos “graves irregularidades na Administração do Fundo Rodoviário,
inclusive a desobediência à tutela pelo
Conselho de Administração do Fundo”.
O ex-Director do Fundo Rodoviário qualificou de “autêntica desinformação”
e de tentativa de denegrir a sua imagem, reputação, honra e dignidade as
acusações do ministro Banjai, por isso, desafia o ministro a apresentar tais
irregularidades publicamente ou através de um relatório ao Conselho de
Ministros e ao Ministério Público.
“ É bom saber que em menos de 90 dias ou seja três meses, o ministro das
Obras Públicas Malam Banjai autorizou o pagamento, de forma escandalosa, de mais
de 365 milhões de francos CFA (55.000 Euros) para as obras de manutenção de
vias rodoviárias, sem concurso público, conforme manda a lei, mas sim por uma
adjudicação directa de algumas empresas de sua confiança, deixando de fora um
conjunto de empresas que tinham ganho concurso público para a manutenção das
estradas”, informou Marciano Mendes.
Qualificou de “escândalo do ano” as obras de manutenção da Avenida Amílcar
Cabral, e que custou ao Estado guineense mais de 43 milhões de francos CFA,
quando, segundo ele, em 2014, as obras de manutenção desta mesma via, custaram pouco
mais de seis milhões de francos FCA e em 2015 era um pouco mais de quatro milhões
francos FCA.
Acrescentou que nas vésperas da festa
muçulmana de Tabaski, o ministro ordenou o pagamento de uma das facturas dessa
obra em mais de 12 milhões de cfa , sem a assinatura do fiscal da obra.
O ex-Director do Fundo Rodoviário informou que, por razões do aumento
significativo do montante da obra em causa, o conselho de Administração do
Fundo Rodoviário convocou o Diretor-geral das Infraestruturas e Transportes
para justificar os motivos do disparo no orçamento da obra de manutenção da
Avenida Amílcar Cabral, de seis milhões para mais de 43 milhões de francos CFA.
“Em consequência disso, o ministro Malam Banjai entendeu que o Conselho
de Administração do Fundo Rodoviário está à desafia-lo, incluindo o seu
Director Executivo”, explicou.
Marciano Mendes acusou ainda o ministro das Obras Publicas, Construção e
Urbanismo de retirar obras de manutenção de várias vias do interior do país às
empresas que tinham ganho concursos para o efeito, nomeadamente o troço que
liga TANTA-Cossé/Cambadjú orçados em mais de 68 milhões de francos, que deveriam
ser executadas pela empresa Gcos&Filhos Sarl, tendo passado essa obra a empresa SCOESTRADAS, doando mais dinheiro a referida empresa no valor de mais 20 milhões de francos.
O ex-Director do Fundo Rodoviário disse que para melhor triunfar com as
suas estratégias de “afundar” a instituição, o governante decidiu criar uma
Comissão de Avaliação do Fundo, composta pelo pessoal do seu Gabinete privado,
denominado de GETEC´s, como pretextos para
afastar o Diretor Executivo Executivo das suas funções.
“A referida Comissão mal começou o trabalho, o ministro Malam Banjai, autorizou
o pagamento de mais de dois milhões e meio de francos cfa, através dos
habituais despachos”, explicou.
ANG/LPG/ÂC/SG
Sem comentários:
Enviar um comentário