Caça aos votos até ao último dia
Bissau, 07 Nov 16 (ANG) - Hillary Clinton desafiou num comício os eleitores a imaginarem o “desastre” que é ter Donald Trump sentado na Sala Oval, o “mais influente centro das decisões do mundo”.
Claro que apesar de admitir essa possibilidade, a
provocação da candidata democrata aos eleitores nada tinha a ver com algo que
desejasse efectivamente, pelo contrário, foi mais um ataque directo ao
opositor, desqualificando-o e, mais, realçando a sua inaptidão para o cargo.
Os americanos votam amanhã na 58.ª eleição presidencial para a escolha do Presidente e Vice-Presidente dos Estados Unidos.
É quase senso comum que esta é a campanha americana
menos convencional dos últimos anos, e termina de forma ainda mais inusitada:
disputa voto a voto entre os dois candidatos.
Se há pouco mais de uma semana a candidata democrata era dada como virtual vencedora, mercê da disparidade em todas as projecções sobre a preferência dos eleitores, hoje, 24 horas antes do “Dia D”, as coisas parecem menos claras no que diz respeito ao nome do sucessor de Barack Obama.
O cenário inesperado mobiliza os dois lados. Republicanos e democratas correm para desempatar o jogo nos minutos finais.
Para recuperar o prejuízo com a reabertura das
investigações pelo FBI sobre uso do seu correio pessoal para tratar de assuntos
oficiais, Hillary apostou em grandes eventos com os principais líderes democratas,
a começar por Obama, que tem previsto para hoje, na Pensilvânia, o encerramento
da campanha ao lado de Hillary Clinton.
O candidato republicano, que desde as eleições prévias
do seu partido era desacreditado, chega aos últimos dias mais forte do que
nunca e promete “paz e amor” para não espantar o eleitor mais receoso. Ambos
percorreram o país nos últimos dias.
Um bom exemplo de que tudo pode acontecer é o estado do Arizona, visitado pelas campanhas democrata e republicana nesta recta final.
Se nos clássicos filmes do faroeste era um local de
intensa disputa entre os cowboys, na política recente vivia um ambiente
tranquilo: o estado sempre elegia, com raríssimas excepções, presidentes
republicanos.
Até então, os seus 11 votos no Colégio Eleitoral podem
ser fundamentais para que o vencedor obtenha os 270 necessários para chegar à
Casa Branca.
O Partido Republicano reage. Donald Trump esteve ontem
em Wisconsin, um estado democrata, e vai a Minnesota, que desde 1972 não vota
nos republicanos.
Além disso, conta com voluntários. No Arizona,
centenas lotam os centros do partido para participar em programas de ligação
ou vão às casas dos moradores para convencê-los a votar no candidato.
O ainda Presidente dos EUA Barack Obama, é inelegível para um terceiro mandato, devido aos limites previstos na 22.ª Emenda da Constituição dos Estados Unidos.
Nascido a 4 de
Agosto de 1961, em Honolulu, Havai, Barack Hussein Obama II é o 44.º e
Presidente dos EUA, e o primeiro afro-americano a ocupar o cargo.
Na sua primeira eleição, em 2008, Obama derrotou o candidato republicano John McCain, tendo sido empossado como Presidente no dia 20 de Janeiro de 2009.
Nove meses depois foi-lhe atribuído o Prémio Nobel da
Paz, numa das escolhas mais contestadas da história da Academia Nobel,
justamente pela campanha de guerra.
Durante o seu primeiro mandato, Obama assinou várias propostas de estimulo económico em resposta à grande recessão que assolou os Estados Unidos entre 2007 e 2009, através dos projectos de lei American Recovery and Reinvestment Act de 2009.
Também sancionou leis de corte de impostos para a
classe média e de criação de empregos em 2010.
Outras importantes iniciativas nacionais durante o seu primeiro mandato incluem a Patient Protection and Affordable Care Act, projecto que passou a ser chamado de Obamacare, o Dodd-Frank Wall Street Reform and Consumer Protection Act, o Don\'t ask, don\'t tell, o Budget Control Act of 2011 e o American Taxpayer Relief Act of 2012.
Na política externa, Obama ordenou o fim do envolvimento americano na guerra do Iraque, aumentou a quantidade de tropas americanas no Afeganistão, assinou tratados de controlo de armas com a Rússia, autorizou uma intervenção armada na guerra civil na Líbia e ordenou uma operação militar no Paquistão de que resultou na morte de Osama bin Laden.
Obama foi reeleito Presidente em Novembro de 2012, derrotando o republicano Mitt Romney, e foi empossado para um segundo mandato em 20 de Janeiro de 2013.
Durante o seu segundo mandato, Obama promoveu
políticas internas relacionadas com o controlo de armas, em resposta ao
tiroteio na escola primária de Sandy Hook e outros massacres, e também defendeu
a igualdade LGBT.
Na âmbito externo, para conter a ameaça do grupo Estado Islâmico (EI) na região do Oriente Médio, ele ordenou o regresso de tropas ao Iraque e também autorizou ataques aéreos e navais contra a Síria para combater as organizações jihadistas locais.
Além disso,
continuou o plano de encerramento das operações de combate americanas no
Afeganistão. Também iniciou o processo de normalização das relações entre Cuba
e Estados Unidos, e firmou um acordo nuclear com o Irão.
ANG/JA
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