Citadinos e ambientalistas de costas voltadas devido a construção da Central Elétrica na área protegida
Bissau, 18 Jan 17
(ANG) - Os populares da cidade de Buba sul da Guiné-Bissau e as organizações da
defesa do ambiente nomeadamente o Instituto da Biodiversidade e das Áreas
Protegidas (IBAP), não se entendem no que concerne a construção da central
elétrica no Parque Nacional da Lagoa de Cufada.
O repórter da ANG,
constatou no local que a população de Buba está entusiasmada ao saber que vai
beneficiar de uma central elétrica depois de muitos anos de escuridão.
Falando em representação de jovens,Bilo Canté,
apoiante da decisao governamental
sustenta que o parque que o IBAP está a defender não cria o emprego para a
juventude ao contrário da obra da central que já empregou mais de 200 pessoas.
“Eu moro dentro das
áreas protegidas na tabanca de Atche, mas nunca beneficiamos de nada com o
parque porque nem nos permitem fazer a lavoura ali”, lamentou.
Segundo ele, as
justificações dos ambientalistas em relação aos danos na natureza não correspondem
a verdade porque a desmatação vão acontecer nas bermas das estradas que só tem
cajueiros.
Aladje Sadjó, por seu
lado e em representação da comunidade de
ansiões da província sul, nomeadamente os sectores que compõem as regiões de
Quinara e Tombali, considerou *providência divina*, a construção daquela
central elétrica, razao pela qual, na sua opiniao, o projecto deve seguir em
frente. Sadjo considera que não há outro local para sua instalação.
“Este terreno tem
dono mas foi doado para construção da central na presença de todos os
citadinos. Desde o início dos trabalhos não houve nenhuma reação contra a
obra”, disse, tendo questionado do porquê de só agora haver esse protesto.
Aladje Sano disse que
os anciões de Quinara e Tombali pediram-lhe para informar ao ministro da
Energia e Indústria que ninguém sonha com a mudanca da referida Central para
outro local.
“Não vamos admitir
isso porque este central vai beneficiar nove sectores destas duas regiões“,
disse, tendo salientado que já basta de falta de estradas de hospitais e outras
infraestruturas do desenvolvimento que “ nos está a causar morte lenta”.
A visão contraria têm
os defensores do meio ambiente que advogam que o Estado deve ter a coragem de
escolher entre o parque e a central.
O Director do Parque
Nacional das Lagoas da Cufada nega acusações segundo as quais o IBAP não reagiu no início da construçao da
central.
“Em Novembro de 2014 quando ouvimos os
primeiros rumores sobre isso reagimos junto ao Comité de Estado do sector de Buba,
mostrando a incompatibilidade de ter uma central dentro do parque sendo o nosso
país assinante da várias Convenções sobre a Conservação e Protecção da Natureza”,
lembrou Joãozinho Mane.
Aquele técnico
ambiental disse que o tempo é que vai
dar razão a quem a tem por ser o maior juiz.
Considera que foi
feito um trabalho errado mas que os responsáveis por esse erro nao querem que
fossem responsabilizados.
“Porquê que as pessoas não sabem que a zona de
influência de uma máquina é duas vezes maior do que a zona de instalação física
causando grandes perturbações em termos ecológicos em relação a Lagoa de Cufada.
Estamos a falar da maior bacia de água doce na costa ocidental de África e o
único que reforça lençol freático em toda a região de Quinara por isso deve ser
conservado “disse.
ANG/MSC/ÂC/SG
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