A despedida dos Djurtus,
Bissau, 10 Jan 17 (ANG) - Foi a histeria total. Uma loucura que, por momento, invadiu a multiforme multidão, maioritariamente constituída por jovens e adolescentes, mas também de adultos de diferentes idades, que foi-se despedir no “Osvaldo Vieira” dos "Goldens Boys", como alguém, acertadamente, apelidou a selecção nacional de futebol da Guiné-Bissau que apurou para a fase final da Taca Africana das Nações (CAN 2017) no Gabão.
A
polícia, ou seja, elementos da Guarda Nacional, tiveram muita dificuldade em
conter a turba humana que, a todo o custo, pretendia, mesmo que por brevíssimos
segundos, tocar ou autofotografar-se com qualquer dos 23 convocados ou elementos
da equipa técnica.
Um
adolescente, que por força de emoção teve um colapso e foi prontamente socorrido
pelas autoridades policiais que fizeram questão de o encaminhar ao hospital.
Foi
um momento histórico único que, quiçá, nunca voltara a repetir-se na vida de
muitos dos que, com corações flameados de alegria, foram desejar boa sorte a
caravana desportiva de "todos nos", na sua extraordinária e inusitada
caminha ao CAN2017, que decorre de 14 de Janeiro a 05 de Fevereiro do ano em
curso.
Verteu-se
muitas lágrimas de alegria nas caras de alguns presentes, vozes se enrouqueceram
de tanto proclamar os feitos históricos desta geração de futebolistas, dos
quais se destacam Zezinho, Bucundji Ca, Jonas e Frederic Mendy, Idy Computador,
entre outros, cujos feitos, citando o historiador e analista político, Fernando
Delfim da Silva, "levaram o nome da Guiné-Bissau o mais longe possível, do
depois dos "rapazes da China", Nino Vieira, Domingos Ramos, Osvaldo
Vieira e companhia, os quais lideraram a luta e que culminou na ascensão a da
Guiné-Bissau a independência.
Deu
muito trabalho consolar uma alta dirigente da Federação de Futebol da
Guiné-Bissau (FFGB), cujo nome omitimos aqui por consideração, que chorou
copiosamente, igualmente tocado pela emoção diante da “guinendade” que se
patenteou perante aqueles que fizeram com que o hino nacional venha a ser
entoado no Gabão.
Calmo,
sereno e manifestando sempre a humildade que o caracteriza, o
"mister" Cande prometeu tudo fazer para dignificar o nome do pais
neste certame do futebol continental, porquanto revelou a sua confiança nos
"Rapazes de Ouro".
Enfim,
foi um bálsamo, aquele fim da tarde do inolvidável 9 de Janeiro de 2017, dia da
partida da selecção nacional rumo a Libreville. Ninguém se lembrou das notícias
e feitos ruins vindos de políticos e "politiqueiros" que polvilham na
nossa sociedade e que teimam na sua saga destruidora do património que nos une
a todos enquanto nação: O nosso respeito e a nossa identidade de povo heróico e
acolhedor.
Obrigado
"Goldens Boys", que Deus vos abençoe e vos acompanhe nesta saga.
Obrigado ainda por proporcionarem ao meu povo, aquela gente que me ensinaram a
amar e que tanto adoro, um nesga de alegria e felicidade perante tamanha verga
a que se encontra sujeitado pelos políticos.
José Augusto Mendonça,
enviado especial da ANG
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