Barrow escolhe uma mulher vice-Presidente da República
Bissau, 26 Jan 17 (ANG) - O porta-voz revelou que o Presidente Adama Barrow escolheu
Fatoumatta Tambajang, antiga diplomata na Organização das Nações Unidas e
ex-ministra da Saúde, como Vice-Presidente da República, e que o resto do
elenco governativo é anunciado posteriormente.
Adama Barrow à esquera |
O anúncio foi feito terça-feira pelo porta voz
do presidente Gambiano, Halifa Salla.
“Acolhemos de braços abertos a nomeação de
Fatoumatta Jallow Tambajang como Vice-Presidente da República da Gâmbia.
Saudamos a posição da Coligação, que reconhece a participação política das
mulheres na III República e desejamos muito que a nossa irmã e mãe desempenhe
este papel importante”, disse Isatou Touray, membro da coligação política
vencedora das eleições presidenciais de Dezembro de 2016.
Fatoumatta
Tambajang é reconhecida como uma dinâmica activista dos direitos humanos e das
mulheres e é apontada como a principal responsável pela criação da coligação da
oposição que levou à derrota de Yahya Jammeh, ao mobilizar os partidos da
oposição para estabelecerem uma união credível e equilibrada para concorrer às
presidenciais. Ela anunciou, após a vitória de Adama Barrow, que Yahya Jammeh
seria julgado pelos alegados crimes cometidos durante os 22 anos de poder.
Após
estas declarações, Yahya Jammeh anunciou que não ia aceitar os resultados
eleitorais, dando início à crise pós-eleitoral recentemente terminada.
O Parlamento de Gâmbia levantou na terça-feira o estado de emergência decretado há uma semana pelo então Chefe de Estado gambiano Yahya Jammeh, noticiaram ontem os meios de comunicação sociais.
O Parlamento de Gâmbia levantou na terça-feira o estado de emergência decretado há uma semana pelo então Chefe de Estado gambiano Yahya Jammeh, noticiaram ontem os meios de comunicação sociais.
Segundo o portal “Seneweb”, os deputados
aprovaram uma lei que põe um fim ao estado de emergência declarado a 17 de
Janeiro por um período de três meses, a 48 horas da tomada de posse do
Presidente eleito, Adama Barrow. A medida não impediu a cerimónia de tomada de
posse de Adama Barrow, realizada na data prevista na Embaixada de Gâmbia em
Dakar, capital do Senegal.
Numa conferência de imprensa realizada na terça-feira, um porta-voz do Presidente gambiano Adama Barrow disse que o estado de emergência era uma tentativa de impedir a posse do novo Presidente. “O estado de emergência não faz sentido, já que não há distúrbios em Gâmbia, onde a população cumpriu com as palavras de ordem da oposição, que pediu calma e tranquilidade e para o povo não responder às provocações”, afirmou.
Halifa Sallah anunciou que o novo Chefe de Estado voltava à Gâmbia hoje e
que Yahya Jammeh foi autorizado a levar para o exílio a sua colecção de 13
automóveis de luxo, que devem ser transportados por um avião cargueiro para a
Guiné-Equatorial, país onde o antigo Presidente gambiano Yahya Jammeh está
exilado.
A decisão das novas autoridades gambianas, justificou, visa reduzir a possibilidade de eventuais visitas de Yahya Jammeh à Gâmbia.
“Partiu com todos os seus bens de maneira a não ter a possibilidade de fazer vai e vem para os recuperar”, esclareceu o porta-voz.
O porta-voz do Governo da Guiné Equatorial confirmou na terça-feira que o Presidente Obiang Nguema “informou ao Conselho de Ministros a decisão do Estado de receber como exilado político o ex-chefe de Estado da Gâmbia,Yahya Jammeh” após convencê-lo “a evitar qualquer situação de confrontação armada”.
Yahya Jammeh “aceitou vir à República da Guiné Equatorial como país irmão que lhe oferece todas as garantias de segurança e estâncias pacíficas”. Partidos da oposição na Guiné Equatorial criticaram nos últimos dias a decisão do Governo de acolher Yahya Jammeh, que deixou a Gâmbia depois de 22 anos no poder.
Pelo menos 8.000 refugiados que abandonaram à Gâmbia por receio de uma guerra no país voltaram desde a partida para o exílio de Yahya Jammeh, anunciou na terça-feira o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR).
“Milhares de pessoas regressaram à Gâmbia desde que Yahya Jammeh cedeu o poder e os movimentos de regresso continuam”, diz o ACNUR num texto publicado no seu “site” regional.
ANG/JA
Sem comentários:
Enviar um comentário