terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Gâmbia


                    UA ameaça deixar de reconhecer Yahya Jammeh

Bissau, 17 Jan 17 (ANG) - A União Africana (UA) instou Yahya Jammeh, em Addis Abeba, a deixar pacificamente o poder e ameaçou-o com “sérias consequências” se não o fizer, anunciou a organização num comunicado.
 
“A partir de 19 de Janeiro, a União Africana deixará de reconhecer o Presidente cessante Yahya Jammeh, como sendo Chefe de Estado legítimo da República da Gâmbia”, refere uma declaração adoptada pelo Conselho de Paz e de Segurança (CPS) da organização continental em Addis Abeba.

Essa tomada de decisão aconteceu numa altura em que uma missão chefiada pelo Presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, chegou na sexta-feira a Banjul, para tentar convencer Yahya Jammeh a deixar o lugar ao Presidente vencedor, Adam Barrow, cuja investidura está prevista para quinta-feira.

O CPS, na sua declaração, adverte Yahya Jammeh para “sérias consequências na eventualidade das suas acções vierem a produzir uma crise que pode dar origem a convulsões políticas, um desastre humanitário e em matéria de Direitos Humanos, incluindo a perda de vidas inocentes e a destruição de bens”.

A instituição exorta igualmente as forças de defesa e segurança do país à contenção e sublinha que o seu dever é de “se colocar à disposição das autoridades democraticamente eleitas do seu país”.

A Gâmbia, pequeno país anglófono da África do Oeste, está mergulhada numa crise desde que Yahya Jammeh anunciou a 9 de Dezembro que não reconheceria os resultados do escrutínio, uma semana após ter felicitado Adam Barrow pela vitória na eleição presidencial.

Desde a sua reviravolta, Yahya Jammeh foi submetido a inúmeras pressões externas para deixar o poder no final do seu mandato, que termina a 18 de Janeiro. Adam Barrow afirma que será investido a 19 de Janeiro e considera-se Presidente a partir dessa data.

O Presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, liderou na sexta-feira uma missão de mediação da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) para tentar um acordo com vista à saída da crise pós-eleitoral na Gâmbia.

A missão integrada pela Presidente liberiana, Ellehn Johnson Sirleaf, o Presidente serra-leonês, Ernest Bai Koroma, e o ex-Chefe de Estado ghanense, John Dramani Mahama, reuniu-se em separado, em Banjul, com Yahya Jammeh e com Adam Barrow. 

A África do Sul anunciou o seu apoio aos esforços de mediação da CEDEAO e exortou Jammeh a retirar-se depois da sua derrota nas eleições. O Ministério sul-africano das Relações Internacionais e Cooperação indicou que “todas as partes são convidadas a cooperar com a CEDEAO para encontrar uma solução duradoura para este impasse no quadro das disposições da Constituição na Gâmbia”.
ANG/JA

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