quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Economia mundial


             FMI prevê expansão de 3,4 por cento em 2017 e 3,6 em 218

Bissau, 19 Jan 17 (ANG) - O Fundo Monetário Internacional (FMI) espera que a economia mundial cresça 3,4 por cento este ano e 3,6 em 2018, no quadro de um optimismo gerado, em parte, pelo provável impacto dos estímulos planeados pelo Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, o qual adverte não ser suficiente para rever em alta as previsões que fez em Outubro.
 
Poucos são os detalhes conhecidos dos planos de Donald Trump para a economia norte-americana, mas os estímulos esperados naquela que é a maior economia do mundo já são suficientes para aumentar o optimismo do FMI para a economia norte-americana, cujo crescimento esperado é revisto em alta em uma décima este ano e em quatro décimas em 2018, anunciou a instituição financeira.

A incerteza ainda é imensa, pelo que o Fundo avisa que é preciso esperar para perceber qual é o plano do próximo Presidente dos Estados Unidos e que impacto ele pode ter na economia daquele país e nas restantes. A China, a segunda maior economia do mundo, também está a crescer mais e deve continuar a melhorar as suas perspectivas em 2017, ano em que o FMI espera que o crescimento atinja os 6,5 por cento, mais três décimas que o previsto em Outubro.

O crescimento acima do esperado em Outubro é também, no caso da China, resultado de estímulos económicos decididos pelo Governo. Mas os estímulos prolongados à economia chinesa, diz o FMI, podem estar a criar desequilíbrios e deixar a China mais exposta a choques repentinos, como uma deslocalização dos fluxos de capital para outras economias em caso de instabilidade externa. Reino Unido, Espanha e Japão também tiveram revisões em alta do crescimento esperado, sendo que no caso de Reino Unido e Espanha se devem a resultados melhores ainda em 2016 (no terceiro trimestre, os dados mais recentes).

A melhoria das perspectivas nas economias desenvolvidas e na China não chega para melhorar a previsão para a economia mundial, porque as economias emergentes não estão a acompanhar o movimento, em especial algumas economias da América Latina que já estão em recessão, casos da Argentina e do Brasil. 

O México também viu as previsões feitas pelo FMI serem revistas em baixa, devido aos receios do impacto nos países vizinhos das políticas de Donald Trump, que disse publicamente que pretende tributar de forma elevada as empresas norte-americanas que deslocalizarem a produção para o México, assim como rever o NAFTA, o acordo de comércio com os países da América do Norte, que inclui o México.

A Turquia também deve crescer menos nas contas do FMI, resultado da queda do turismo, uma importante receita do país que é alvo de sucessivos ataques terroristas, concentrados em Istambul e na capital Ancara.

Por tudo isto, o FMI não muda as suas previsões e também não altera a receita para resolver o problema. As economias com margem orçamental devem investir, em especial em infra-estruturas, a política monetária deve continuar flexível e a usar todos os instrumentos necessários, convencionais ou não, e os países cujas economias já estão a crescer no máximo do seu potencial devem colocar os olhos no futuro e fazer investimentos em infra-estruturas de alta qualidade e remodelar os impostos de forma equitativa. 

A directora-geral do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, afirmou terca-feira que a instituição que dirige despertou tarde para o agravamento das desigualdades no mundo, mas procura agora respostas para o problema.

“Quando temos uma crise ou recebemos sinais muito fortes, como temos recebido dos eleitores que dizem ‘não’, é o momento de vermos as políticas que estão a ser seguidas e o que podemos fazer mais”, afirmou Christine Lagarde num debate no Fórum de Davos. 

Segundo Lagarde, o FMI “apercebeu-se agora da maneira mais difícil da importância” desta questão e também da “importância de a estudar e encontrar respostas”. A organização internacional Oxfam divulgou um relatório referindo que as oito pessoas mais ricas do mundo acumulam a mesma riqueza que a metade mais pobre da população mundial.
ANG/JA

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