Grupo Parlamentar do PAIGC declara tolerância zero à *golpe de Estado palaciano*
Bissau,11 Jan 17
(ANG) – O Grupo Parlamentar do PAIGC declara que não vai tolerar e muito menos
legitimar qualquer *golpe de Estado palaciano*.
Califa Seidi |
A declaração foi
feita pelo líder da Bancada dos libertadores Califa Seide que falava terça-feira à imprensa à margem da
cerimónia de cumprimento de ano novo dos Deputados
guineenses ao Presidente da ANP, Cipriano Cassamá.
Califa Seide exorta ao Presidente da República a respeitar
a decisão da 50ª Cimeira da CEDEAO, demitindo o actual Primeiro-ministro e o
governo, ilegal e inconstitucional, conformando os actos às disposições do
Acordo de Conacri.
Apelou à todos os
actores políticos, a trabalharem para o retorno à legalidade e resgatar o país
na profunda crise político institucional em que se encontra.
Por outro lado,
Califa Seide disse que ano findo ficou
marcado por graves violações da Ordem
Constitucional, que levaram o país à uma crise institucional que se
materializou com demissão do 2º governo legítimo do PAIGC, liderado por Carlos
Correia, a 12 de Maio de 2016,dando lugar aos governos de iniciativa presidencial
em flagrante desrespeito à Constituição da República.
Justificou o bloqueio
institucional com as constantes tentativas de subversão da ordem
constitucional, impedindo que o país dispõe de um Programa de Governo e de um
Orçamento Geral de Estado.
O deputado da União
para a Mudança, Baticã Fereira disse que a Guiné-Bissau está mergulhada numa
crise política institucional resultante da teimosia obsessiva de alguns
sectores da classe política,que se preocupam em tentar, a todo custo, controlar
o poder de forma absoluta à revelia da Constituição e das leis da República, prejudicando
a democracia.
Isto, segundo Baticã
Fereira, são sinais de mau augúrio para a democracia guineense, sobretudo
quando se verifica já elementos claro de tentativa de impedir o exercício da
liberdade de expressão, através da manipulação dos órgãos de comunicação social
públicos, o direito à manifestação e as
acções de coação contra dirigentes políticos
e a sociedade civil.
Por isso, prometeu que
o seu partido irá resistir à toda e qualquer tentativa de imposição da ditadura,
e prosseguir na senda da defesa dos princípios e valores da democracia, lutando
para a instauração da justiça e reconciliação entre os guineenses, no quadro de
um verdadeiro Estado de Direito Democrático.
Razão pela qual, segundo
disse, urge encontrar uma saída para a crise, cujo o epicentro foi sempre a
Presidência da República, crise essa que poderá conduzir o país ao total
descalabro e danos irreparáveis no tecido social, político e económico.
Entretanto, para o
deputado da União para Mudança ainda há tempo para que o bom senso impere e se possa
arrepiar caminhos na busca de uma solução ao impasse e criação de condições para a estabilidade e paz social no país.
Baticã Fereira indicou
o respeito a Constituição da República e a implementação do Acordo de Conacri,
cujas dúvidas, na sua opinião, foram dissipadas na Cimeira de Chefes de Estado
e de Governo da CEDEAO que decorreu recentemente em Abuja, e consequente devolução
do poder ao PAIGC, vencedor das últimas eleições
legislativas com maioria absoluta.
ANG/LPG/SG
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