Governo admite possibilidades de isenção de visto à turistas portugueses
Bissau,16 Jan 17(ANG)- O governo guineense
pode vir a isentar turistas portugueses de pagamento de visto de entrada ao pais, admitiu recentemente o
ministro do Turismo, Fernando Vaz.
“Os portugueses
são aqui muito bem recebidos e vão sentir-se em casa”, garantiu Fernando
Vaz, frisando que “Portugal está quase
em África, a menos de quatro horas de voo da Guiné, e queremos que seja nosso
interlocutor para outros países
europeus, tal como foi para Cabo Verde”.
A aposta está
sobretudo no arquipélago de Bijagós, um santuário natural com 88 ilhas repleto
de vida selvagem — onde é possível avistar os únicos hipopótamos de água
salgada —, mas ainda desconhecido para os hoteleiros portugueses.
“Acredito que seja
no futuro um grande destino turístico, dado que o mundo procura hoje este tipo
de sítios”, salienta Fernando Vaz, referindo que a mira também está no “turismo
de saudade”, a pensar nos “milhares de portugueses que passaram na Guiné-Bissau
durante a guerra e gostariam de revisitar os locais onde estiveram”.
Garante que o país
está “de braços abertos” ao investimento português, oferecendo “condições
únicas no mundo”, como isenção de impostos por cinco anos e bancos recetivos a apoiar investimentos, mas
onde há ainda muito por fazer.
“A imagem que se
tem da Guiné-Bissau lá fora é um pouco assustadora para quem não conhece e não
corresponde à realidade. É um país onde aconteceram sucessivos golpes de Estado
e projetou-se uma imagem negativa. Mas aqui as pessoas podem andar 24 horas em
segurança”, salienta o governante.
O arquipélago de
Bijagós tem vindo a ser descoberto sobretudo por investidores franceses, como
Solange Morin, dona do hotel de referência na ilha de Rubane, o Ponta Anchaca,
que assegura o transporte de turistas em avião privado.
Também o guineense
Adelino Dakosta, lutador medalhado nos Estados Unidos e detentor da rede de
ginásios Punch em Nova Iorque, decidiu avançar com investimentos hoteleiros na
ilha de Bubaque, com o objetivo de ajudar a sua terra.
“Estamos num
espaço que é protegido pela UNESCO, o arquipélago de Bijagós continua a ser de
pura natureza, o que está a faltar no mundo existe aqui”, afirma Adelino
Dakosta no seu hotel junto à praia, finalizado no ano passado, que também
inclui uma zona de acampamento com arte africana ao ar livre. Os clientes
atuais são sobretudo pessoas ligadas a ONG (Organizações Não-Governamentais),
mas a meta é trazer gente até dos Estados Unidos. “Trazer as pessoas aqui é
dar-lhes ouro. Se formos a ver bem, o atraso da Guiné pode ser hoje a sua
principal vantagem. Graças a Deus, o mundo está hoje sensível a proteger
espaços assim.”
A proposta do
ministro do Turismo em avançar com a isenção de vistos de curta duração para
incentivar a vinda de turistas é bem acolhida por José Mário Vaz, Presidente da
Guiné-Bissau.
“Vamos trabalhar
nisso e estamos abertos a ver as facilidades que podemos colocar ao turismo de
Portugal, pois a economia da Guiné-Bissau tem muito a ganhar”, salientou José
Mário Vaz ao receber os operadores turísticos portugueses.
“Sei que Cabo
Verde atingiu o nível que atingiu graças a esses operadores, por isso é tão
importante a sua presença na Guiné-Bissau.”, frisando que “o facto de termos
condições excelentes e um paraíso como os Bijagós não é condição sine qua non
para o sucesso do turismo na Guiné-Bissau”, o Presidente da República enfatizou
que a “formação profissional é de uma importância enorme para os guineenses, e
por isso eu peço: ajudem a criar valor e também a formar a nossa gente”.
ANG/Jornal
Expresso
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