Israel reduziu relações com países que aprovaram resolução contra colonatos
Bissau, 28 Dez 16 (ANG) – Israel reduziu terca-feira
as suas relações com os países que votaram a favor da resolução das Nações
Unidas contra a colonização dos territórios palestinianos ocupados.
Primeiro Ministro de Israel |
Refutando informações de que as relações com estes
países foram suspensas, o porta-voz do ministério israelita dos Negócios
Estrangeiros, Emmanuel Nahshon declarou que Israel “reduziu temporariamente”
visitas e trabalhos com as embaixadas.
“Até nova ordem, nós limitaremos os nossos
contactos com as embaixadas em Israel e evitaremos deslocações de responsáveis
israelitas a estes países e a vinda dos seus responsáveis aqui”, afirmou o
representante do ministério israelita, à agência de notícias France-Presse.
O responsável referia-se aos países que integram o
Conselho de Segurança das Nações Unidas, que votaram na sexta-feira a resolução
da ONU a exigir a Israel o fim “imediato” e “completo” da política de colonatos
nos territórios palestinianos, considerando também que estes não têm “qualquer
valor jurídico”.
Como represália, Israel já chamou os seus
embaixadores na Nova Zelândia e no Senegal e anulou o seu programa de ajuda nos
países da África ocidental.
O executivo israelita também informou Angola do
congelamento do seu programa de ajuda, segundo Nahshon.
Os países não podem ir a Israel “para aprender
sobre a luta antiterrorista, a ciberdefesa, as tecnologias agrícolas e fazer, a
seguir, o que querem na ONU”, declarou à rádio militar a ministra adjunta dos
Negócios Estrangeiros, Tzipi Hotovely.
A governante mostrou-se preocupada com o facto de,
ao cancelar deslocações de autoridades estrangeiras, Israel possa perder
oportunidades para explicar a sua posição.
De acordo com a imprensa israelita, o
primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, que é também responsável pela
diplomacia, pediu também aos responsáveis que reduzam, tanto quanto possível,
as suas deslocações nos países que tenham votado a resolução.
Os representantes de 10 dos 14 países com assento
no Conselho de Segurança que aprovaram o texto, tal como o embaixador dos
Estados Unidos, que se absteve, foram convocados domingo ao ministério israelita dos Negócios
Estrangeiros.
Pelo menos duas deslocações foram canceladas ou
adiadas, incluindo a visita a Israel do primeiro-ministro ucraniano, prevista
para esta semana.
Há ainda a informação, não confirmada oficialmente,
de que Netanyahu anulou uma reunião com a primeira-ministra britânica, Theresa
May, no Fórum Económico Mundial de Davos (Suíça), em janeiro.
O voto de resolução, permitido pela abstenção dos
Estados Unidos, suscitou reacções violentas entre a classe política israelita.
Netanyahu acusou a administração norte-americana de ter feito “um golpe
vergonhoso nas Nações Unidas”.
Pela primeira vez desde 1979, os EUA não vetaram
uma resolução do Conselho de Segurança sobre a colonização israelita, apesar
de, até agora, terem apoiado Israel sobre este tema extremamente sensível.
As Nações Unidas afirmam que os colonatos são
ilegais, mas autoridades da ONU relataram um aumento na construção nos últimos
meses. Estes colonatos nos territórios palestinianos são considerados como um
grande obstáculo à paz entre Israel e Palestina, assim como na região.
No Conselho de Segurança da ONU têm assento
permanente os Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido, e, como
membros não permanentes, estão o Egipto, Senegal, Angola, Japão, Ucrânia,
Malásia, Uruguai, Venezuela, Nova Zelândia e Espanha.
ANG/Lusa
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