Presidente da República diz
que a CEDEAO “está mal informada” sobre situação do país
Bissau,19
Dez 16(ANG) - O Presidente José Mário Vaz, afirmou que os líderes da comunidade
da África Ocidental (CEDEAO) estão "completamente desinformados"
sobre a situação no país onde garante não existir "nenhum problema,
tirando a politiquice".
Em
declarações aos jornalistas, na sua chegada ao país na última madrugada, vindo
da Nigéria, José Mário Vaz, comentava a posição da cimeira dos chefes de
Estado e de governos da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental
(CEDEAO) que o recomendou o cumprimento do Acordo de Conacri.
A
organização fez uma exortação expressa no seu comunicado final ao Presidente
guineense no sentido de cumprir e fazer cumprir o chamado Acordo de Conacri,
instrumento com o qual a CEDEAO acredita que a Guiné-Bissau poderá sair da
crise política em que se encontra mergulhada há mais de 16 meses.
"A
preocupação dos outros chefes de Estado e de governos com o nosso país é
normal, mas eu continuo a dizer que o nosso país não tem problema nenhum. O
nosso país está calmo, o único problema que há é esse desentendimento entre os
atores políticos", defendeu José Mário Vaz.
O
Presidente guineense admite que o país se encontra "numa situação
difícil" mas se os cidadãos se empenharam no trabalho sério rapidamente a
Guiné-Bissau poderá mudar para passar a ser um país normal, disse.
José
Mário Vaz admite ter tido divergências com o presidente da comissão da CEDEAO,
Marcel de Souza, quando este afirmou que na Guiné-Bissau "havia greves em
todos os setores e que os salários não são pagos" aos funcionários
públicos.
"Estão
completamente desinformados" sobre a realidade guineense, observou José
Mário Vaz, convidando os cidadãos do país a trabalharem mais.
Sobre
a posição da CEDEAO que recomendou a implementação do Acordo de Conacri, o
líder guineense sublinhou que há divergências de entendimento sobre o assunto,
frisando que na falta de consenso entre os partidos com assento parlamentar
decidiu nomear Umaro Sissoco Embaló, primeiro-ministro.
Notou
que governo de Sissoco Embaló já está em funcionamento e que a questão agora é
que consiga fazer aprovar no Parlamento o seu plano de ação conforme manda a
lei guineense para que tudo decorra na normalidade constitucional.
José
Mário Vaz explicou aos jornalistas que nomeou Sissoco Embaló primeiro-ministro
porque pareceu-lhe ser a única figura que reúne consenso entre "a nova maioria
no Parlamento", constituída pelos deputados do Partido da Renovação Social
(41 mandatos) e o grupo dos 15 deputados expulsos do Partido Africano da
Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).
ANG/LUSA
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