Anunciado o 5º governo da Guiné-Bissau em dois anos e meio
Bissau,13
Dez 16(ANG) - O novo Governo da Guiné-Bissau, o quinto em dois anos e meio de
legislatura, foi anunciado segunda-feira por decreto presidencial e conta com
24 ministérios e 13 secretarias de Estado.
Jorge
Malú, antigo presidente do parlamento da Guiné-Bissau, é o novo ministro dos
Negócios Estrangeiros e entra para o executivo liderado por Sissoco Embaló na
quota do Partido da Renovação Social (PRS), a segunda força mais votada nas
últimas eleições legislativas guineenses, em 2014.
O
novo elenco não conta com nomes indicados oficialmente pelo Partido Africano da
Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), vencedor das últimas legislativas,
mas que tem sido arredado do poder devido a divergências com o chefe de Estado.
No
entanto, o Governo tem algumas figuras do PAIGC, casos de Malal Sané, que volta
a ocupar a pasta da presidência do Conselho de Ministros e dos Assuntos
Parlamentares, Botche Candé, ministro do Interior, e de Aristides Ocante da
Silva, ministro dos Combatentes.
Os
três têm o título de ministros de Estado, tal como o secretário-geral do PRS,
Florentino Pereira, que volta a assumir a pasta da Energia e da Indústria, e
João Fadia, que deixa a direção do Banco Central dos Estados da Africa
Ocidental (BCEAO) na Guiné-Bissau para chefiar o Ministério da Economia e das
Finanças.
A
equipa inclui o porta-voz do Governo de transição que se seguiu ao golpe
militar de 2012: Fernando Vaz volta ao executivo para liderar a pasta do
Turismo e Artesanato.
O
ex-vice Procurador-Geral guineense, Rui Sanhá, é o novo titular da pasta da
Justiça e o antigo ministro das Finanças Victor Mandinga é o responsável pelo
Comércio e Promoção Empresarial.
O
Governo de Umaro Sissoco Embaló conta, no essencial, com o grosso dos elementos
do executivo de Baciro Djá, demitido a 15 de novembro passado, casos de Eduardo
Sanhá, que mantém a pasta de ministro da Defesa, Sandji Fati, na Educação, ou
Vitor Pereira, na Comunicação Social.
Outros
responsáveis que estavam na equipa de Baciro Djá continuam em funções embora
mudando de pastas.
Elisabete
Yala, a viúva do ex-Presidente guineense Kumba Ialá, entra pela primeira vez para
um cargo no Governo, ocupando a pasta de secretária de Estado do Ensino
Superior e Investigação Cientifica.
Marciano
Barbeiro deixa o cargo de chefe da Casa Civil do Presidente da República para
ser ministro das Obras Públicas, Construção e Urbanismo.
Nenhuma
das cinco mulheres que estão no Governo ocupam o cargo de ministra, sendo todas
secretárias de Estado.
O
PAIGC não aceitou integrar o Governo, apesar de ter vencido as eleições
legislativas de 2014 com maioria absoluta, por considerar que o novo executivo
resulta de uma iniciativa presidencial contrária ao acordo político de Conacri
assinado pelos dirigentes guineenses em outubro passado.
O
acordo foi mediado pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental
(CEDEAO), que vai revelar numa cimeira de chefes de Estado, a realizar no
sábado, qual foi o nome escolhido na altura para primeiro-ministro de consenso.
O
presidente do Parlamento da Guiné-Bissau, Cipriano Cassamá, reuniu-se na última
semana com o mediador, o presidente da Guiné-Conacri, Alpha Condé, e na
sexta-feira pediu que nenhum dirigente político tomasse novas posições até ao
anúncio agendado para sábado "para facilitar a tarefa da CEDEAO" na
mediação da crise.
ANG/LUSA
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