Liga de direitos humanos indignada com declarações do Presidente da República
Bissau,16
Dez 16(ANG) - O presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, Augusto da
Silva, mostrou-se quinta-feira perplexo com as declarações do chefe do Estado,
José Mário Vaz, que disse que apesar de ter poderes de mandar matar ou espancar
cidadãos nunca o faria.
Presidente da LGDH |
Segundo
o líder da Liga dos Direitos Humanos, o Presidente guineense afirmou, em
declarações por ocasião da festa do seu aniversário no passado fim-de-semana, que durante
o seu mandato "ninguém será assassinado ou espancado por ordens do
Presidente".
Reagindo
às declarações de José Mário Vaz, o presidente da Liga disse ter ficado
perplexo e indignado, lembrando que a Constituição guineense "em nenhum
momento deu esses poderes ao chefe do Estado".
"As
declarações do Presidente da Republica deixaram-nos, a todos, perplexos. Ouvir
o chefe do Estado a afirmar que tem poderes para mandar matar, mandar espancar
ou deter os cidadãos mas que não fazia nada disso porque não quer, é
preocupante", defendeu Augusto da Silva.
Falando
em crioulo aos jornalistas à margem de um conferência sobre a impunidade na
Guiné-Bissau que teve lugar quinta-feira,
no Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (INEP),em Bissau, o dirigente da
Liga dos Direitos Humanos disse esperar por um esclarecimento do Presidente
guineense "para perceber melhor" o que José Mário Vaz quis dizer.
O
dirigente da Liga frisou que os poderes do Presidente da República "estão
balizados pela Constituição" do país mas em nenhum momento se vê que o
chefe do Estado pode mandar matar, prender ou espancar o cidadão.
"No
caso concreto da Guiné-Bissau a entidade Estado não pode mandar matar",
sublinhou Augusto da Silva.
ANG/LUSA
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