Grupo dos 15 convida
Presidente do PAIGC a demitir-se
Bissau,03 Out 16I(ANG) - O grupo dos 15 deputados do
PAIGC que se opõe à direção do partido afirmou sexta-feira estar aberto ao
diálogo mas mediante algumas condições, e voltou a convidar o presidente
daquela força política guineense, Domingos Simões Pereira a demitir-se.
"Em
nome de interesses superiores do partido", o grupo desafiou o líder do
Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) "a
demitir-se e permitir a criação de uma comissão de gestão até ao
congresso" do partido, a realizar em 2018”, referiu Tumané Mané, um dos 15
deputados, em conferência de imprensa.
O
pedido de demissão surge em resposta ao convite para encontros de reconciliação
feito pelo PAIGC na quinta-feira.
O
"grupo dos 15", como é conhecido, diz estar aberto ao diálogo, mas só
se forem "levantadas incondicionalmente" as sanções impostas pelos
órgãos do partido a cada um dos seus membros.
Os
contestatários da direção do PAIGC pedem ainda que lhes sejam devolvidos os
lugares na bancada parlamentar do partido e que sejam anuladas as sanções
aplicadas à outros militantes e
dirigentes ligados ao grupo.
Apesar
de exigirem a demissão de Simões
Pereira, o afastamento está fora da lista de condições que impõem para o
diálogo que o PAIGC, por seu lado, pretende encetar entre segunda e
quarta-feira da próxima semana, com cada um dos 15.
O
grupo juntou-se em janeiro ao maior partido da oposição (PRS - Partido da
Renovação Social) para formar uma nova maioria parlamentar e um novo Governo, a
que o Presidente da República deu posse em junho - depois de demitir pela
segunda vez na legislatura um Governo do PAIGC, vencedor com maioria absoluta
das eleições de 2014.
O
atual Primeiro-ministro, Baciro Djá, e o ministro dos Negócios Estrangeiros,
Soares Sambú, são dois dos 15 deputados.
No
entanto, as divisões e o recurso aos tribunais impediu que o parlamento
funcionasse durante este ano, deixando o país sem orçamento do Estado e sem
programa de Governo.
O
"grupo dos 15" responsabilizou Domingos Simões Pereira pelos prejuízos
causados durante este ano ao país e ao partido, e comprometeu-se em continuar a
conciliar posições com o PRS.
O
porta-voz do PRS, Vítor Pereira, noutra conferência de imprensa, também aplaudiu
o convite para o diálogo feito pelo PAIGC, que espera ver chegar a bom porto,
mas classificou-o como "tardio".
Aquele
responsável apontou "a gestão desastrosa da direção do PAIGC" como fator
de instabilidade no país.
ANG/Lusa
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