Trump prorroga decreto que considera
Venezuela uma ameaça à segurança dos EUA
Bissau,
07 mar 19 (ANG) - O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prorrogou
terça-feira (5), por mais um ano, um decreto do seu antecessor, Barack Obama,
que declara a Venezuela uma ameaça para a segurança interna norte-americana.
"As circunstâncias descritas (...) em relação à
Venezuela não melhoraram e continuam a representar uma ameaça extraordinária
para a segurança nacional e a política externa dos Estados Unidos. Portanto
(...), prolongo, por um ano, a emergência nacional, declarada na Ordem
Executiva 13692", disse Trump, em comunicado divulgado pela Casa Branca.
Caracas já reagiu à decisão e acusou Donald Trump de
ratificar um "erro histórico".
"A administração de Donald Trump ratifica e
renova um erro histórico cometido por Barack Obama. A Venezuela jamais foi uma
ameaça para algum povo do mundo. A Venezuela é esperança, somos terra soberana
de trabalho e de paz", escreveu o ministro dos Negócios Estrangeiros
venezuelano, Jorge Arreaza, na rede social Twitter.
Jorge Arreaza defendeu que o decreto "é apenas um
pretexto para justificar uma agressão sem precedentes, que inclui a ameaça do
uso da força, com o objetivo de forçar um câmbio de regime para controlar as
riquezas do país".
O comunicado divulgado pela Casa Branca recorda que,
em 08 de Março de 2015, o então Presidente Barack Obama declarou
"emergência nacional face à situação na Venezuela, com base na erosão das
garantias de Direitos Humanos, entre outros.
Mais tarde, em 24 de Agosto de 2017, foram emitidas
medidas adicionais para lidar com "o aprofundamento da crise humanitária
na Venezuela, o estabelecimento de uma Assembleia Constituinte (composta
unicamente por simpatizantes do regime) ilegítima, que usurpou o poder da
Assembleia Nacional (parlamento) democraticamente eleita".
Já no ano passado, em 19 de Março, uma outra ordem
abordava "as acções do regime de Nicolás Maduro para tentar contornar as
sanções dos EUA, "emitindo uma moeda digital em processo (Petro), que a
Assembleia Nacional da Venezuela, eleita democraticamente, denunciou como
ilegal".
Em Maio, Donald Trump aprovou incluir no decreto
"a má gestão económica endémica e a corrupção" no regime venezuelano,
a tentativa de minar a ordem democrática com eleições antecipadas que "não
eram livres nem justas" e, ainda, "o agravamento da crise humanitária
e de saúde pública" no país.
Meio ano depois, em Novembro, foram analisadas as
acções de pessoas associadas ao Governo venezuelano, "para saquear a
riqueza da Venezuela" e para "catalisar uma crise migratória
regional, negligenciando as necessidades básicas do povo" venezuelano.
Por último, já este ano, em 25 de Janeiro, medidas
adicionais para tratar das acções de funcionários de Caracas, para reduzir a
liberdade imprensa, assediar opositores políticos, "minar o presidente
interino (Juan Guaidó)" e impedir que conjuntamente com o parlamento
"exercessem autoridade legítima na Venezuela".
ANG/Angop
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